UM ANO SEM ESCOLAS! NARRATIVAS DE CRIANÇAS EM TEMPOS (IM)PREVISTOS
DOI:
https://doi.org/10.25112/rpr.v3.2571Palabras clave:
Crianças, Narrativas, Educação Infantil, PandemiaResumen
Este texto é sobre as infâncias que lemos e inferimos em narrativas de crianças. Nele, os tempos que oferecemos às crianças, seus processos coletivos de cuidado e educação, seus modos de participação nas pesquisas e as perspectivas de futuro frente à conjuntura atual constituem partes que se conectam ao objeto de reflexão. As discussões fazem parte da pesquisa sobre as experiências das crianças durante a pandemia de Covid-19, sobre como esse fato social circunscreve muitas mudanças na organização familiar, nas relações com as pessoas e lugares. A pandemia narrada pelas crianças segue o fluxo dos acontecimentos, como o fechamento das escolas no primeiro semestre de 2020, a ampliação das restrições de locomoção, o discurso da emergência da vacina e, por fim, a permanência do quadro social anterior, a descoberta da vacina e o aumento do número de mortes. O argumento principal é o de que as crianças são afetadas por estas mudanças que são registradas nas perguntas, relatos, diálogos e fotografias. Portanto, ler as narrativas das crianças como construções culturais nesse tempo histórico é uma forma de compreender como elas vivenciam os tempos de casa e da escola que se tornaram fluidos e atravessados cotidianamente. Os tempos dos acontecimentos e os tempos narrativos revelam a complexidade de ser criança em um cenário que aprisiona a liberdade, constrange as interações, institui a doença e a morte como assunto e não oferece previsão de mudança.
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