DESAFIOS PARA UMA CIDADE SER CRIATIVA EM UMA SOCIEDADE (PÓS)PANDÊMICA: UM ESTUDO SOBRE OURO PRETO (MG) BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25112/bcij.v1i1.2672

Palavras-chave:

Território Criativo, Criatividade, Cultura, Setor Criativo, Política Pública

Resumo

O ano de 2021 foi designado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi analisar se Ouro Preto, Minas Gerais, pode ser considerada uma cidade criativa a partir da imagem percebida pelos turistas e habitantes. Ouro Preto é reconhecida mundialmente pela UNESCO pelo título de patrimônio Histórico da Humanidade, devido uma série de segmentos relacionados à economia criativa, que atraem turistas do mundo inteiro, e pela sua efervescência cultural. Complementando as análises propostas neste estudo, busca-se tecer reflexões em torno da pandemia da Covid-19 e de seus reflexos para as cidades criativas, existentes ou iminentes. Para tanto, foram realizadas pesquisas documentais e de campo, com questionários no centro histórico da cidade em estudo. Os dados coletados foram tratados por meio da técnica de análise de conteúdo. Como resultados, observou-se que faltam conexões justamente onde encontramos muita criatividade e cultura. Somado a isso, há uma carência de projetos culturais transversais a todos os setores e falta inovação, não apenas tecnológica, mas para lidar com problemas sociais a fim de tornar esta cidade um espaço mais inspirador à imaginação, à criatividade e ao turismo sustentável. Como conclusões, para superar os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, serão necessários esforços conjuntos entre o setor público, privado e sociedade civil organizada que trabalhem estratégias em diversas frentes, em especial quando se trata das “conexões”, que foi o elemento mais impactado.

Biografia do Autor

Magnus Luiz Emmendoerfer, Universidade Federal de Viçosa

Doutor em Ciências Humanas: Sociologia e Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte/Brasil). Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Administração Pública e Líder do Grupo de Pesquisa em Gestão e Desenvolvimento de Territórios Criativos do Núcleo de Administração e Políticas Públicas na Universidade Federal de Viçosa (Viçosa/Brasil). E-mail: magnus@ufv.br

Alexandre Sette Abrantes Fioravante, Universidade Federal de Viçosa

Doutorando em desenvolvimento econômico e políticas sustentáveis no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Campinas/Brasil). Pesquisador no Grupo de Pesquisa em Gestão e Desenvolvimento de Territórios Criativos do Núcleo de Administração e Políticas Públicas na Universidade Federal de Viçosa (Viçosa/Brasil). E-mail: alexandresettefioravante2@gmail.com

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Publicado

2021-07-01