VOCOBIOGRAFIA ESPECTRAL: ENCONTRO E ESCUTA EM HILDA HILST PEDE CONTATO
DOI:
https://doi.org/10.25112/rpr.v2.3421Resumo
O filme Hilda Hilst pede contato (2018), de Gabriela Greeb, surgiu do encontro da cineasta com um arquivo de mais de cem horas de gravações da voz da escritora Hilda Hilst, em que ela tentava se comunicar com pessoas mortas através de frequências de rádio. Recusando um viés biográfico, o filme cria um universo audiovisual que procura conversar com o espírito poético de Hilda. Este artigo reflete sobre o tratamento dispensado à voz acusmática no filme, cujos procedimentos artísticos singulares convidam à investigação. Propõe-se pensar de que maneiras o filme subverte formas historicamente calcificadas de destituir a palavra de qualquer corporeidade, o que inclui a materialidade da voz. Chamamos de vocobiografia espectral o tratamento dado pela cineasta aos arquivos de voz de Hilst, com destaque para os movimentos que se ali desdobram entre presença e ausência, indivíduo e coletivo, ficção e realidade.
Referências
REFERÊNCIAS
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