COMPARTILHAMENTO DE EXPERIÊNCIAS DE ENLUTAMENTO NO CIBERESPAÇO: O LUTO ONLINE
DOI:
https://doi.org/10.25112/rpr.v2.3411Palabras clave:
cibercultura. luto. dor psíquica. dor física. corpo-mente.Resumen
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as apropriações da narrativa anatomoclínica como metáfora para expressar a dor do luto no ciberespaço. Para compreender de que forma tais aspectos são revelados, tomamos como aporte relatos de dor e de sofrimento relacionados à experiência de enlutamento postadas na página Perdas e lutos. Educação para a morte, as perdas e o luto. Objetivamos identificar nos depoimentos, unidades de análise que traduzem a dor psíquica a partir de metáforas apropriadas da experiência biológica. Trata-se de uma Pesquisa Qualitativa, de abordagem exploratória, que analisou manifestações subjetivas dos depoimentos em destaque a partir da análise de conteúdo. Os resultados apontaram que, de um modo geral, a dor do luto é uma experiência narrada por metáforas que descrevem sintomatologias ancoradas no universo biomédico ocidental relativas à dimensão corpórea da doença física, ou seja, as descrições de dor e sofrimento relacionadas ao luto evidenciam a somatização daquilo que se sente na alma.
Citas
ÀRIES, P. História da morte no Ocidente. Rio de Janeiro: Ediouro.
BARDIN, L. (1977). Análise de Conteúdo. (L. A. Reto & A. Pinheiro, Trad.). São Paulo: Edições 70, 1974.
BOUSSO, R.S. et al. Facebook: um novo lócus para a manifestação de uma perda significativa. Psicologia USP, 25(2), 172-179, 2014. Recuperado em: 12 de abril de 2023, de: https://dx.doi.org/10.1590/0103- 656420130022.
BRASIL. Comitê de Ética em Pesquisa. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Orientações sobre ética em pesquisa em ambientes virtuais. Versão2.0/ Comitê de Ética em Pesquisa. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Rio de Janeiro: ENSP/Fiocruz, 2020. 12 p. Recuperado em: 12 de abril de 2023, de: https://cep.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/orientacoes_eticapesquisaambientevirtual.pdf
CARVALHO, M. B.; SOUZA, A. C. As metáforas e sua relevância no processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira. Fragmentos, n. 24, p. 24-44, 2003.
CASTELLS, M. A galáxia internet – reflexões sobre internet, negócios e sociedade. Tradução de Rita Espanha. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2006.
DOUGLAS, M. Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva, 1976.
FRANCO, M. H. P. Trabalho com pessoas enlutadas. In: CARVALHO e al. (Org.) Temas em psico-oncologia. São Paulo: Summus, 2008.
FRIZZO, H. C. F. et al. A expressão de pesar e luto na internet: um estudo de caso mediante o processo de adoecimento e morte de um cônjuge. Revista Kairós ― Gerontologia, 20(4) 207-231, 2017. ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP. Recuperado em: 12 de abril de 2023, de: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/36628
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
ELIAS, N. A solidão dos moribundos. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2001.
GONZÁLEZ REY, F. L. Pesquisa qualitativa em psicologia: caminhos e desafios. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. Campinas: Mercado das Letras, p. 53-57, 2002.
LE BRETON, D. As paixões ordinárias: Antropologia das emoções. Introdução; Cap. 2 (p. 39-58). Petrópolis: Vozes, 2009.
LEVI-STRAUSS, C. Mito e significado. Lisboa: Edições 70, 2007.
MATOS-SILVA, M. S. de. Teclando com os mortos: um estudo sobre o uso do orkut por pessoas em luto. Recuperado em: 14 de setembro de 2022, de: https://www.maxwell.vrac.puc- rio.br/34467/34467_1.PDF
MAUSS, M. As técnicas do corpo. In: _____. Sociologia e antropologia. vol. 1. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
MINAYO, M. C. De S. O desafio da pesquisa social. In: Minayo, M. C. De S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2009.
MIGNOLO, W. D. The Darker Side of Western Modernity: Global Futures, Decolonial Options. Durham: Duke University Press, 2011.
NEIMEYER, R. Meaning reconstruction and the experience of loss. American Psychological Association: Washington, DC, 2001.
NEGRINI, M. A morte no ciberespaço: um estudo etnográfico da comunidade do Orkut “Profiles de Gente Morta”. Discursos Fotográficos, Londrina, v.6, n.8, p. 13-33, 2010. Recuperado em: 12 de abril de 2023, de https://doi.org/10.5433/1984-7939.2010v6n8p13
QUIJANO, A. Coloniality of Power and Eurocentrism in Latin America. International Sociology, v. 15, n. 2, p. 215-232, 2000. Recuperado em: 12 de abril de 2023, de https://doi.org/10.1177/0268580900015002005.
RABELO. M. et al. Experiência de doença e narrativa. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999.
RODRIGUES, J. C. Tabu do corpo. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006a.
RODRIGUES, J. C. Tabu da morte. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006b.
SADE-BECK, L. Mourning and Memorial culture on the Internet: The Israeli case. American Communication Journal [online], 2004. Recuperado em: 12 de abril de 2023, de: http://www.ezy.co.il/SiteFiles/SadeBeck.pdf
SARTI, C. A dor, o indivíduo e a cultura. Saúde sociedade, v. 10 (1), Jul, 2001. Recuperado em: 20 de agosto de 2022, de: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/yB9JZkG6kXCdc5pTz4SWDFc/abstract/?lang=pt.
TRIVIÑOS, A. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
TURATO, E. R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública, 39 (3), 507-514, 2005. Recuperado em 20 de agosto de 2022, de: https://www.scielo.br/j/rsp/a/qtCBFFfZTRQVsCJtWhc7qnd/?format=pdf&lang=pt
VERGARA, S. C. Método de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Valquiria Barros, Rosane Cristina de Oliveira
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
• Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons - Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).
• Os autores são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), pois isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.