UMA REFLEXÃO SOBRE O CONTO “NAS ÁGUAS DO TEMPO” DE MIA COUTO
DOI:
https://doi.org/10.25112/rp.v1i0.799Abstract
Ao elaborar narrativas que imbricam água e tempo, Mia Couto oportuniza a percepção de múltiplos movimentos que aproximam e miscigenam oralidade e escrita. Ana Mafalda Leite, ao falar da contística de Mia, afirma que ele “manifesta uma conflitualidade dialógica na tematização das tradições e seu confronto com a modernidade” (LEITE, 2003, p. 45). O próprio escritor diz que “não existem fórmulas feitas para imaginar e escrever um conto” (COUTO, 2005, p. 47). Segundo ele, ouvir histórias, observar as pessoas a sua volta e captar detalhes do cotidiano são os recursos que utiliza no seu processo de criação literária, os quais combina com os elementos que construirá e que intentam despertar a compreensão e a emoção dos leitores. Verificamos que tais considerações são pertinentes ao conto “Nas Águas do Tempo”, publicado em 1994, no livro Estórias abensonhadas. Buscamos reconhecer a presença de simbologias na tessitura do enredo e na constituição das personagens, especialmente na água e no tempo, considerando sua importância temática e as linguagens que os identificam.
Palavras-chave: Mia Couto. Simbologia. Tempo. Água.
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