VOCOBIOGRAFIA ESPECTRAL: ENCONTRO E ESCUTA EM HILDA HILST PEDE CONTATO

Autores

  • Maria de Abreu Altberg PUC Rio

DOI:

https://doi.org/10.25112/rpr.v2.3421

Resumo

O filme Hilda Hilst pede contato (2018), de Gabriela Greeb, surgiu do encontro da cineasta com um arquivo de mais de cem horas de gravações da voz da escritora Hilda Hilst, em que ela tentava se comunicar com pessoas mortas através de frequências de rádio. Recusando um viés biográfico, o filme cria um universo audiovisual que procura conversar com o espírito poético de Hilda. Este artigo reflete sobre o tratamento dispensado à voz acusmática no filme, cujos procedimentos artísticos singulares convidam à investigação. Propõe-se pensar de que maneiras o filme subverte formas historicamente calcificadas de destituir a palavra de qualquer corporeidade, o que inclui a materialidade da voz. Chamamos de vocobiografia espectral o tratamento dado pela cineasta aos arquivos de voz de Hilst, com destaque para os movimentos que se ali desdobram entre presença e ausência, indivíduo e coletivo, ficção e realidade.

Biografia do Autor

Maria de Abreu Altberg, PUC Rio

Doutora em Letras / Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio (Rio de Janeiro/Brasil). Editora audiovisual (Rio de Janeiro/Brasil). Email: maria.altberg@gmail.com

Referências

REFERÊNCIAS

BEZERRA, A. G. Desdobramentos ficcionais de uma existência: a exposicão do eu autoficcional em Hilda Hilst. 2015. 168 f. Tese (Doutorado em “Literatura e Insterculturalidade”) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, Paraíba, 2015.

CAVARERO, A. Vozes plurais: filosofia da expressão vocal. Tradução de Flavio Terrigno Barbeitas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. 312 p.

CHION, Michel. The voice in cinema. Tradução ao inglês de Claudia Gorbman. New York: Columbia University Press, 1999. 183 p.

SOBRENOME, N. S. Título do texto em meio eletrônico. Cidade: Editora, 2000. Disponível em: http://www.site.com.br. Acesso em: 8 jan. 2017.

CONNOR, S. Panophonia. Disponível em: www.stevenconnor.com/panophonia. Acesso em 20 jul. 2022.

DOLAR, M. Una voz y nada más. Tradução ao espanhol de Daniela Gutiérrez y Beatriz Vignoli. Buenos Aires: Manantial, 2007. 232 p.

DUARTE, Pedro. O elogiável risco de escrever sem ter fim. São Paulo: Folha de São Paulo, 2016. Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/02/1743666-o-elogiavel-risco-de-escrever-sem-ter-fim.shtml. Acesso em 10 jul. 2019.

FRANÇA, A.; MACHADO, P. F.M. Rocha que voa: o cinema, a memória e o “teatro de operações” da montagem. Doc on-line, Campinas, n. 8, p. 132-148, ago. 2010.

GREEB, G. Hilda Hilst pede contato. São Paulo: Sesi-SP Editora, 2018. 240 p.

HILST, H.; DINIZ, C. (org.). Fico besta quando me entendem: entrevistas com Hilda Hilst. São Paulo: Globo, 2013. 240 p.

JÜRGENSON, F. Telefone para o Além. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972. 250 p.

OBICI, G. L. Condição da escuta. 7Letras: 2008. 184 p.

SÜSSEKIND, F. Coro contra coros: a tecnopolítica parasitária & as formas geminadas de fabulação. Disponível em: https://aterraeredonda.com.br/coro-contra-coros-a-tecnopolitica-parasitaria-as-formas-geminadas-de-fabulacao/. Acesso em: 20 mar 2023.

TOOP, D. Resonancia Siniestra: el oyente como medium. Tradução ao espanhol de Valeria Meiller. Buenos Aires: Caja Negra, 2016. 320 p.

WRIGHT, S. Spectral Voices and Resonant Bodies in Fernando Guzzoni’s Dogflesh (Carne de perro, 2012). In: WHITTAKER, Tom; WRIGHT, Sarah (editores). Locating the voice in film: critical approaches and global practices. New York: Oxford University Press, 2017. p. 243-261.

Downloads

Publicado

2023-08-23

Como Citar

de Abreu Altberg, M. (2023). VOCOBIOGRAFIA ESPECTRAL: ENCONTRO E ESCUTA EM HILDA HILST PEDE CONTATO. Revista Prâksis, 2, 52–72. https://doi.org/10.25112/rpr.v2.3421