O (DES)SILENCIAMENTO HISTÓRICO EM UM DEFEITO DE COR, DE ANA MARIA GONÇALVES

Autores

  • Marinês Andrea Kunz Universidade Federal da Paraíba
  • Letícia Moraes Marques Universidade Feevale

DOI:

https://doi.org/10.25112/rpr.v1.2430

Palavras-chave:

Literatura, História, Metaficção, Escravidão

Resumo

Este trabalho analisa (des)silenciamento histórico do sujeito negro, especificamente da mulher negra representada pela personagem Kehinde de Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, tendo em vista que, ao longo de muitos anos, a narrativa histórica vem negligenciando os relatos históricos do e sobre o centro através da disseminação do discurso patriarcal no ocidente. Os sujeitos contestadores, sejam eles marginalizados ou não, passam a reexaminar os sistemas totalitários que oprimem e omitem outras histórias. Assim sendo, procura-se estudar, por meio de um estudo de cunho bibliográfico, o debate historiográfico e sua relação com a narrativa literária, a fim de analisar a relação da história a respeito do sistema escravocrata no Brasil com a literatura como forma de revisão dessa historiografia, a partir do romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves.

Biografia do Autor

Marinês Andrea Kunz, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre/Brasil). Professora Adjunta da Universidade Federal da Paraíba (João Pessoa/Brasil). E-mail: marinesak@feevale.br

Letícia Moraes Marques, Universidade Feevale

Mestranda em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale (Novo Hamburgo/Brasil). E-mail: leticiamoraes@feevale.br

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Publicado

2021-12-20

Como Citar

Kunz, M. A., & Marques, L. M. (2021). O (DES)SILENCIAMENTO HISTÓRICO EM UM DEFEITO DE COR, DE ANA MARIA GONÇALVES. Revista Prâksis, 1, 218–233. https://doi.org/10.25112/rpr.v1.2430