FORMAÇÕES POLÍTICAS DE MULHERES TRANSGÊNERAS: CAMINHOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADANIA TRANSCOMUNICATIVA
DOI:
https://doi.org/10.25112/rco.v2.2660Palabras clave:
Mulheres transgêneras, Travestis, Necrobiopoder, Receptividade comunicativa, Cidadania transcomunicativaResumen
Este trabalho é um recorte de uma tese de doutorado que objetiva compreender como as experiências midiáticas, articuladas a outros processos comunicacionais vividos, atuam na constituição das identidades de gênero e na formação política e cidadã de mulheres transexuais e travestis. Parte-se de uma proposta (trans)metodológica interdisciplinar, buscando investigar as referências midiáticas e políticas dessas mulheres e como elas formam seu repertório de luta, resistência e posição política e cidadã. A partir de diálogos com essas interlocutoras, são problematizadas reflexões teóricas sobre Gênero e Transgênero, num olhar pós-estruturalista e relacionado ao poder; necrobiopoder, pensado enquanto projeto político governamental que escolhe quem vive e quem morre; receptividade comunicativa; e cidadania comunicativa, enquanto parte dos sujeitos e espaço de reconhecimento, demanda e luta. Leva-se em conta o contexto brasileiro e do Rio Grande do Sul, pensando de que forma dialogam ou divergem na constituição do gênero, no reconhecimento da população transgênera nos espaços midiáticos e de representatividade política, bem como nos atravessamentos do espaço digital e das tecnologias enquanto dimensões de luta e visibilidade. Por fim, reflete-se sobre a possibilidade de construção do conceito de cidadania transcomunicativa, a partir dos dados coletados em entrevistas semiestruturadas com três interlocutoras travestis e transexuais e das reflexões teórico-epistemológicas.
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