BILINGUISMO NÃO PROVOCA GAGUEIRA
DOI:
https://doi.org/10.25112/rp.v1i0.667Resumo
Embora oficialmente o Brasil seja um país monolíngue, na prática, grande parte da população utiliza fluentemente duas línguas para se comunicar. Não se trata de dominar línguas de prestígio, mas do uso de línguas de tradição oral, estigmatizadas, faladas, muitas vezes, por moradores de pequenas cidades do interior. Desse grupo fazem parte tanto as mais de 170 línguas indígenas quanto as línguas trazidas pelos inúmeros imigrantes que vieram para o Brasil em diferentes momentos e por motivos diversos. Essas línguas não podem ser ignoradas, usar uma delas paralelamente ao uso do português não prejudicada a aprendizagem nem a alfabetização. Dominar mais de uma língua contribui tanto para o desenvolvimento precoce de uma metalinguagem quanto para a interação do indivíduo bilíngue com outros sujeitos. Assim, este artigo tem como objetivo desmistificar a questão do bilingüismo, para que contextos bilíngues não sejam evitados por causa da falta de conhecimento, incentivando, dessa forma, principalmente, a educação bilíngue natural, no seio da família. Para tanto, propor-se-á uma definição para bilinguismo, distinguindo o bilinguismo simultâneo do sucessivo, além de discutir o critical period. Apontarse-ão também vantagens e desvantagens do bilinguismo, para, no final, abordar a necessidade de criar políticas educacionais específicas para crianças bilíngues.
Palavras-chave: Aquisição da Linguagem. Bilinguismo Simultâneo. Bilinguismo Sucessivo. Critical Period. Linguística.
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