CONTRIBUIÇÕES DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS PARA O FLORESCIMENTO NO TRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA (2011-2021)

Autores

  • MAIRA SGARBOSSA Universidade de Passo Fundo

DOI:

https://doi.org/10.25112/rgd.v20i1.3166

Palavras-chave:

Práticas de gestão de pessoas, Florescimento, Florescimento no trabalho, Revisão integrativa de literatura

Resumo

É consensual na literatura que as práticas de gestão de pessoas (GP) possuem associação positiva com o bem-estar no trabalho, podendo influenciar a vivência do estado de florescimento dos trabalhadores no contexto laboral. Desse modo, dada a relevância da temática, esta revisão integrativa da literatura objetiva analisar a produção científica sobre as contribuições das práticas de GP para o florescimento no trabalho. Para tanto, efetuaram-se buscas nas bases de dados Web of Science, Scopus, ScienceDirect, Scielo, Spell e Sage, no período de 2011 a 2021. Com base nos critérios de seleção foram trabalhados seis artigos, dos quais analisou-se o delineamento, participantes, instrumentos, objetivos, resultados, definições sobre florescimento no trabalho e práticas de GP, bem como as indicações para estudos futuros, permitindo elaborar uma agenda de pesquisas. Os resultados demonstraram a carência de estudos interseccionando os temas, especialmente a nível nacional. Ainda, buscou-se conhecer os conceitos de florescimento e das práticas de GP (avaliação de desempenho, práticas éticas e espirituais, condições de trabalho e envolvimento no trabalho), constatando-se uma multiplicidade conceitual. Ficou evidenciado que são muitas as contribuições das práticas de GP sobre o bem-estar no trabalho e, também, no florescimento do trabalhador.

Biografia do Autor

MAIRA SGARBOSSA, Universidade de Passo Fundo

Mestra em Administração pela Universidade de Passo Fundo (Passo Fundo/Brasil). E-mail: 114278@upf.br. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6176-1733

Referências

AGENOR, C.; CONNER, N.; AROIAN, K. Flourishing: An Evolutionary Concept Analysis. Issues in Mental Health Nursing, v. 38, n. 11, p. 915-923, 2017.

AKED, J.; MARCAS, N.; CORDÃO, C.; THOMPSON, S. Five Paths to Well-being: A Report presented for the Project Forecast on Communicating evidence base to improve people’s well-being. London: Nef, 2009.

BEDIN, L. M; ZAMARCHI, M. Florescimento no trabalho: revisão integrativa da literatura. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, v. 19, n. 1, p. 549-554, 2019.

BITTENCOURT, R. N. A impossível neutralidade discursiva na práxis educacional e a improbidade ideológica da escola sem partido. Revista Espaço Acadêmico, v. 16, n. 191, 2017.

BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. A.; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, v. 5, v. 11, p. 121-136, 2011.

BOUSKILA-YAM, O.; KLUGER, A. N. Strength-based performance appraisal and goal setting. Human Resource Management Review, v. 21, n. 2, p. 137–147, 2011.

BROWN, S. P. A meta-analysis and review of organizational research on job involvement. Psychological bulletin, v. 120, n. 2, p. 235- 246, 1996.

CAMERON, K.; MORA, C.; LEUTSCHER, T.; CALARCO, M. Effects of positive practices on organizational effectiveness. The Journal of Applied Behavioral Science, v. 47, n. 3, p. 266–308, 2011.

CÉSAR, L. G. D.; NEVES, L. A. Atuação da gestão de pessoas no fortalecimento do comprometimento organizacional pós pandemia: a cultura organizacional como caminho. Revista Valore, n. 5, p. 192-205, 2020. Edição Especial.

CHAVES, S. M. S.; FERREIRA, M. C.; PEREIRA, M. M.; FREITAS, C. P. P. Florescimento no Trabalho: Impacto do Perdão Disposicional e do Suporte Social Emocional. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 39, n. 184816, p. 1-17, 2019.

COENS, T.; JENKINS, M. Abolishing performance appraisals: Why they backfire and what to do instead. San Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 2000.

CORTEZ, P. A.; ZERBINI, T.; VEIGA, H. M. S. Práticas humanizadas de gestão de pessoas e organização do trabalho: para além do positivismo e do dataísmo. Revista Trabalho, Educação e Saúde, v. 17, n. 3, p. 1-23, 2019.

CROWLEY, M. Control and dignity in professional, manual and service-sector employment. Organization Studies, v. 33, p. 1383-1406, 2012.

DEMO, G.; FOGAÇA, N.; COSTA, A. C. Políticas e práticas de gestão de pessoas nas organizações: cenário da produção nacional de primeira linha e agenda de pesquisa. Cadernos EBAPE.BR, v. 16, n. 2, p. 250-263, 2018.

DEMO, G.; NEIVA, E. R.; COURA, K. V.; GOMIDE JÚNIOR, S.; COSTA, A. C. R. As Virtudes Organizacionais Estimulam o Bem-Estar no Trabalho? O Papel Mediador das Práticas de Gestão de Pessoas. Revista de Administração Contemporânea, p. e200144, 5 nov. 2021.

DEMO, G.; NEIVA, E. R.; NUNES, I.; ROZZET, K. Human resources management policies and practices scale (HRMPPS): exploratory and confirmatory factor analysis. Brazilian Administration Review, v. 9, n. 4, p. 395-420, 2012.

DI FABIO, A. Positive Relational Management for Healthy Organizations: Psychometric Properties of a New Scale for Prevention for Workers. Frontiers in Psychology, v. 7, v. 1523, p. 1-9, 2016.

DUTRA, J. Gestão de Pessoas: Modelo, Processos, Tendências e Perspectivas. São Paulo: Atlas, 2009.

ERUM, H.; ABID, G.; CONTRERAS, F. The calling of employees and work engagement: the role of flourishing at work. Business, Management and Education, v. 18, n. 1, p. 14-32, 2020.

FABRICIO, A.; KACZAM, F.; OBREGON, S. L.; ALMEIDA, D. M.; LOPES, L. F. D.; VEIGA, C. P.; SILVA, W. V. Quality of life: Flourishing in the work context. Current Psychology, p. 1-16, 2020.

FIUZA, G. D. Políticas de gestão de pessoas, valores pessoais e justiça organizacional. Revista de Administração Mackenzie, v. 11, n. 5, p. 55-81, 2010.

FREDRICKSON, B. L. Updated thinking on positivity ratios. American Psychologist, v. 68, n. 9, p. 814-822, 2013.

FREDRICKSON, B. L.; LOSADA, M. F. Positive affect and the complex dynamics of human flourishing. American Psychologist, v. 60, n. 7, p. 678-686, 2005.

GOETEMMS, T. B. Influência das políticas de gestão de pessoas na constituição de comunidades de prática pela perspectiva da aprendizagem situada: evidências empíricas dos gestores de pequenas empresas familiares brasileiras. 2019. 120 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade de Passo Fundo, 2019.

GUILLEN, M.; FERRERO, I.; HOFFMAN, W. M. The Neglected Ethical and Spiritual Motivations in the Workplace. Journal of Business Ethics, v. 128, n. 4, p. 803–816, 2014.

HARRISON, H.; BIRKS, M.; FRANKLIN, R. C.; MILLS, J. Fostering graduate nurse practice readiness in context. Collegian, v. 27, n. 1, p. 115-124, 2020.

HARTER, J. K.; SCHMIDT, F. L.; HAYES, T. L. Business-unit-level relationship between employee satisfaction, employee engagement, and business outcomes: a meta-analysis. Journal of Applied Psychology, v. 87, n. 2, p. 268–279, 2002.

HORTA, P.; DEMO, G.; ROURE, P. Políticas de gestão de pessoas, confiança e bem-estar: estudo em uma multinacional. Revista de Administração Contemporânea, v. 16, n. 4, p. 566585, 2012.

HOWELL, A. J. Flourishing: correlates related to the performance of students’ well-being. The Journal of Positive Psychology, v. 4, n. 1, p. 1-13, 2009.

HUPPERT, F. A.; SO, T. Y. Flourishing Across Europe: Application a New Conceptual Framework for Defining Well-Being. Social Indicators Research, v. 110, n. 3, p. 837-861, 2013.

KARAKAS, F. Spirituality and performance in organizations: A literature review. Journal of Business Ethics, v. 94, p. 89–106, 2010.

KLAUCK, M.; BOHNENBERGER, M. C.; SCHMIDT, S. As práticas de gestão de recursos humanos e o comprometimento organizacional. Revista Gestão e Desenvolvimento, v. 6, n. 1, 2009.

KEYES, C. L. M. Promoting and protecting mental health as flourishing: A complementary strategy for improving national mental health. American Psychologist, v. 62, p. 95–108, 2007.

KEYES, C. L. M.; HAIDT, J. Flourishing: Positive psychology and the life well lived. Washington DC: American Psychological Association, 2003.

LACOMBE, B. M. B.; TONELLI, M. J. O discurso e a prática: o que nos dizem os especialistas e o que nos mostram as práticas das empresas sobre os modelos de gestão de recursos humanos. Revista de Administração Contemporânea, v. 5, n. 2, p. 157-174, 2001.

LEGGE, K. Human resource management: rhetoric’s and realities. London: Macmillan, 1995.

MAIA, T.; MAIA, F. Bem-Estar no Trabalho. Revista Gestão & Sustentabilidade, v. 1, n. 1, p. 352-366, 2019.

MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MARTÍN-ALCÁZAR, F.; ROMERO-FERNÁNDEZ, P. M.; SÁNCHEZ-GARDEY, G. Strategic human resource management: integrating the universalistic, contingent, configurational and contextual perspectives. International Journal of Human Resource Management, v. 16, n. 5, p. 633-659, 2005.

MELÉ, D. The challenge of the humanistic management. Journal of Business Ethics, v. 44, n. 1, p. 77–88, 2003.

MENDES, F.; COSTA, D. V. F.; FERREIRA, V. C. P. Gestão participativa: um estudo de caso analisando a caixa de sugestões como ferramenta de gestão. Revista Gestão e Desenvolvimento, v. 11, n. 2, 2014.

MENDONÇA, H.; CAETANO, A.; FERREIRA, M. C.; SOUSA, I. F.; SILVA, A. J. Florescimento no trabalho. In: SIQUEIRA, M. M. M (Org.). Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e gestão. Porto Alegre: Artmed, 2014.

MITCHELL, M. S.; PALMER, N. F. The managerial relevance of ethical efficacy. In: SCHMINKE, M (Ed.). Managerial ethics: Managing the psychology of morality. New York: Routledge, 2010, p. 89-108.

MITROFF, I.; DENTON, E. A. A study of spirituality in the workplace. Sloan Management Review, v. 40, n. 4, p. 83–94, 1999.

MORRIS, S.; SNELL, S. The evolution of HR strategy: Adaptations to increasing global complexity. In: WILKINSON, A.; BACON, N.; REDMAN, T.; SNELL, S. (Eds.). The SAGE handbook of human resource management. London: Sage, 2010, p. 84-99.

NEIVA, E. R.; MACAMBIRA, M. O.; RIBEIRO, E. M. B. A. Práticas de gestão, bem-estar e comportamento de apoio. Revista de Administração Mackenzie, v. 21, n. 1, p. 1–27, 2020.

NOVAES, V. P.; FERREIRA, M. C.; MENDONÇA, H.; TORRES, C. V. Antecedentes e consequentes da prosperidade no trabalho: Um modelo de mediação moderada. Revista de Administração Mackenzie, v. 21, n. 1, p. 1–30, 2020.

OLIVEIRA, A. F.; GOMIDE JÚNIOR, S.; POLI, B. V. S. Antecedentes de bem-estar no trabalho: Confiança e políticas de gestão de pessoas. Revista de Administração Mackenzie, v. 21, n. 1, p. 1–26, 2020.

OLIVEIRA-SILVA, L. C.; PORTO, J. B. Subjective well-being and flourishing at work: the impact of professional fulfilment. Revista de Administração Mackenzie, v. 22, n. 1, eRAMG210117, 2021.

PARGAMENT, K. L.; MAHONEY, A. Spirituality: Discovering and conserving the sacred. In: GIACALONE, R. A.; JURKIEWICZ, C. L (Eds.). Handbook of workplace spirituality and organizational performance. Armonk, NY: M. E. Sharpe, 2002.

PAULISTA, G.; LOSADA, M. F. O papel e o poder das equipes de trabalho e das organizações: aplicação do modelo de Losada e implicações no novo normal pós pandemia do covid-19. Ciências Jurídicas e Sociais, v. 1, n. 1, p. 157-185, 2020.

PIRSON, M. Humanistic management: Protecting dignity and promoting well-being. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press, 2017.

RADIC, A.; ARJONA-FUENTES, J. M.; ANTONIO ARIZA-MONTES, A.; HAN, H.; ROB, R. Job demands–job resources (JD-R) model, work engagement, and well-being of cruise ship employees. International Journal of Hospitality Management, v. 88, 102518, 2020.

RAUTENBACH, C. Flourishing of employees in a fast moving consumable goods environment. These (Doctoral). Vanderbijlpark, South Africa: North-West University, 2015. Disponível em: https://hdl.handle.net/10394/17030. Acesso em: 12 abr. 2022.

RAUTENBACH, C.; ROTHMANN, S. Antecedents of flourishing at work in a fast-moving consumer goods company. Journal of Psychology in Africa, v. 27, n. 3, p. 227–234, 2017.

REDELINGHUYS, K.; ROTHMANN S.; BOTHA, E. Flourishing-at-Work: The Role of Positive Organizational Practices. Psychology Reports, v. 122, n. 2, p. 609-631, 2018.

SELIGMAN, M. E. P. Florescer: uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Tradução: Cristina Paixão Lopes. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

SELIGMAN, M. E. P.; CSIKSZENTMIHALYI, M. Positive psychology: An introduction. Netherlands: Springer Netherlands, 2000.

SGARBOSSA, M.; MOZZATO, A. R. Quais as razões para o flourishing at work? Revisão integrativa da literatura. Revista Eletrônica Científica do CRA-PR, v. 7, n. 1, p. 32-46, 2020.

SIQUEIRA, M. M. M.; PADOVAM, V. A. R. Bases teóricas de bem-estar subjetivo, bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Psicologia Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 2, p. 201-209, 2008.

SIQUEIRA, M. M. M.; MARTINS, M. F.; ORENGO, V.; SOUZA, W. Engajamento no trabalho. In: SIQUEIRA, M. M. (Org.). Novas medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2014.

THOMAS, B.; LUCAS, K. Development and Validation of the Workplace Dignity Scale. Group & Organization Management, v. 44, n. 1, p. 72-111, 2018.

Downloads

Publicado

2023-03-14

Como Citar

SGARBOSSA, M. (2023). CONTRIBUIÇÕES DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS PARA O FLORESCIMENTO NO TRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA (2011-2021). Revista Gestão E Desenvolvimento, 20(1), 101–129. https://doi.org/10.25112/rgd.v20i1.3166