DA NORMA E DA CULTURA, DA LITERATURA E DO GÊNERO: RESISTÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.25112/rco.v2.3353Palabras clave:
Gênero, Literatura, Diversidade, Norma, SexualidadeResumen
O artigo trata da literatura como artefato cultural portador de pedagogias do gênero e da sexualidade, ou seja, modos de ensinamento acerca de tais temas. Valoriza a narrativa literária como repositório da diversidade, por conter em si inumeráveis singularidades em diálogo. Seleciona obras literárias de autoras brasileiras contemporâneas: Natalia Borges Polesso – contos presentes no livro ‘Amora’ – e Clara Corleone – crônicas que integram o livro ‘O homem infelizmente tem que acabar’ –, e as analisa tendo em vista a diversidade e a construção de modos de resistência à norma, conectando-as com densidade democrática. Lida com as noções de autoria de mulheres, feminismo, norma, cultura, literatura, relações de gênero, representações, diversidade, democracia, historicidade dos modos de ser, resistência, cisheteronorma, marcadores sociais da diferença. Mostra e analisa conexões entre as autoras e suas obras, isto é, marcas culturais relacionadas à autoria presentes em suas produções, inserindo tal debate tanto no campo da literatura quanto da política.
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