A BIOPOLÍTICA EM AÇÃO: GERENCIANDO O RISCO DA ANORMALIDADE SURDA
DOI:
https://doi.org/10.25112/rco.v1i0.269Abstract
Esse trabalho apresenta uma investigação que analisou os discursos sobre a inclusão escolar, materializados em relatórios avaliativos de alunos surdos, incluídos em quatro escolas localizadas em Novo Hamburgo – RS. Para isso aproximo-me do Campo dos Estudos Culturais, principalmente aqueles de uma vertente pós-estruturalista que procura agregar contribuições do pensamento foucaultiano. As análises realizadas nesse trabalho mostram discursos que entendem a surdez como uma patologia, e junto com isso, apresentam estratégias de normalização que a escola coloca em funcionamento. Tal pesquisa me possibilitou entender a inclusão escolar como uma ação biopolítica de gerenciamento do risco social. Entendo a biopolítica como uma tecnologia que direciona seus esforços para a manutenção social, desenvolvendo estratégias que controlam os diferentes riscos e ameaças que a anormalidade causa para população. Tais estratégias normalizam formas de ser e estar no mundo, apagando e silenciando qualquer forma de outridade. Neste sentido, pode-se dizer que a escola apaga, silencia e obscurece as diferenças que teimam em se fazer presentes em um espaço que se reafirma diariamente como estriado. Porém, é necessário destacar que estes fluxos desviantes, ou seja, aquilo que escapa da mesmidade – a diferença – não pode ser controlada, ela sempre nos escapa, escorrega e brinca conosco.
Palavras-chave: Surdez. Patologização. Normalização. Biopolítica.
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