Elaboração de indicadores ambientais relacionados à saúde: análise crítica e proposta de melhoria

Autores

  • Cláudia Viegas

Resumo

Metodologias de elaboração de indicadores ambientais relacionados à saúde enfrentam um impasse marcado, por um lado, pela excessiva especificidade de estudos epidemiológicos, relacionados a fatores ambientais e seus efeitos à saúde e, por outro, pela generalização expressa em frameworks utilizados por agências governamentais internacionais do setor. Embora sirvam para a compreensão de realidades isoladas, com riqueza de elementos de análise, estudos epidemiológicos não apresentam bases adequadas à construção de modelos genéricos. As características hierárquica, complexa e adaptativa dos sistemas ambientais, exigem, necessariamente, uma aproximação das metodologias genéricas e específicas, com vistas à sua revisão e busca de novas formas de modelagem de conhecimentos nelas embutidos. Em contrapartida aos estudos específicos, quadros de referência genéricos de causa e efeito para a estruturação de indicadores relacionais entre fatores ambientais e condições de saúde deixam de incorporar avanços científicos, como os das áreas de ecotoxicologia e bioindicadores. A desconsideração desses avanços, as distâncias entre as concepções estritamente científicas, no âmbito dos ecossistemas, e as concepções gerenciais, que têm a tarefa de adequar as demandas científicas às políticas públicas, são restrições à construção mais adequada de indicadores ambientais relacionados à saúde. Os objetivos deste artigo são: revisar conceitos de indicadores ambientais associados à saúde, apresentar os principais frameworks que guiam a estruturação de tais indicadores, abordar critérios e restrições à sua elaboração, apresentar diretrizes para a sua classificação e os avanços registrados nesta área, além de propor a aproximação entre as concepções científicas e gerenciais que os envolvem.
Palavras-chave: Indicadores ambientais; indicadores de saúde; modelos.

Abstract
Environmental indicators' methodologies concerning health issues face a deadlock marked, on the one side, by epidemiologic studies' excessive specificity, and, on the other side, by excessive generalisation expressed in governmental international agencies frameworks. Even though epidemiologic studies lead to isolated realities comprehension, giving a great amount of analysis elements, they have not adequate references to build generic models. Hierarchic, complex and adaptative features of environmental systems require an approach of egeneric and specific methodologies, aiming their own revision and searching of new modelling knowledges themselves embedded. In counterpart to specific studies, generic frameworks of causes and effects to structure indicators linking environmental and health issues do not incorpore scientific progress, specially in ecotoxicology and bioindicators fields. Dismissing of these progress, distance between scientific narrow conceptions, in ecosystems level, and managerial conceptions, which have the task to equalise scientific demands to public policies, arise as constrains to a better environmental indicators' building concerning health issues. This article proposes: a revision of environmental indicators concepts related to health; a presentation of major frameworks which guide such a indicators structuring; an approach of requirements and constrains to elaboration of these kinds of indicators; a presentation of classification directions and improvments in this fiels; and an approximation  between scientific and managerial conceptions which evolve them.
Key words: Environmental indicators; health indicators; models.

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