INFLUÊNCIA DA RENDA NO DESEMPENHO DOS ESTUDANTES NO ENEM: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL

Resumo

Este estudo analisa a influência da renda familiar sobre o desempenho dos estudantes brasileiros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio de uma análise longitudinal abrangente das edições do exame desde sua criação em 1998. Dada a centralidade do Enem como instrumento de acesso ao ensino superior e de aferição da qualidade da educação básica, também buscou-se compreender em que medida as desigualdades socioeconômicas, com ênfase na renda, impactam os resultados dos candidatos ao longo do tempo. A pesquisa caracteriza-se como descritiva, de natureza aplicada, com abordagem quantitativa e fundamentação bibliográfica. Foram utilizadas técnicas de ciência de dados e visualização gráfica por meio da linguagem Python, permitindo a análise comparativa dos microdados disponibilizados pelo Inep. Os resultados apontam que há uma relação diretamente proporcional entre nível de renda e desempenho: estudantes de maior renda apresentam médias mais altas em todas as edições analisadas. Apesar de políticas públicas como Sisu, ProUni e Fies ampliarem o acesso ao ensino superior, a renda permanece como forte indicador de desigualdade educacional no Brasil. Conclui-se que o Enem, embora democratize parcialmente o acesso à universidade, ainda reflete disparidades estruturais que necessitam ser enfrentadas por meio de políticas educacionais mais equitativas e integradas. Por fim, o estudo destaca a importância do uso de dados abertos para a formulação de políticas públicas e propõe futuras pesquisas com variáveis complementares que ampliem a compreensão das desigualdades no desempenho educacional.