MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D69D98.513BED40" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"

PERCEPÇÕES E REAÇÕES DE PROFESSORES DIANTE DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS: UM ESTUDO COM PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PERCEPTIONS AND REACTIONS OF TEACHERS IN FRONT OF EDUCATIONAL POLICIES: A STUDY WITH PHSYCIAL EDUCATION TEACHERS

 

 

RESUMO

Este estudo busca compreender como os professores de Educação Física atuantes= na Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul percebem e reagem às políticas educacionais que lhes são demandadas pelos gestores estaduais nas ultimas t= rês gestões do governo estadual do Rio Grande do Sul. Neste sentido foi realizada uma pesquisa qualitativa na perspectiva da etnografia. Como obtenção de informa= ções foram realizadas: observações participantes do cotidiano dos professores de Educação Física, registrada nos diários de campo; entrevistas semiestrutura= das com cinco professores de Educação Física e análise de documentos. Através da análise foi possível construir unidades de significado que agrupadas result= aram em três categorias analíticas: a indiferença, a resistência e as marcas. Co= mpreendemos que o professorado de Educação Física participante deste estudo atua em dado momento da sua prática pedagógica com indiferença e resistências às polític= as educacionais formuladas pelos gestores. É possível pensarmos que a resistên= cia dos professores é potencializada quando eles são convidados a preterir elementos da sua história de vida que estão imbricados na sua prática pedag= ógica.

 

Palavras-chave: Ensino Médio. Trabalho docente. = Políticas Educacionais. Prática Pedagógica.

 

ABSTRACT

This study aims to understand how Physical Education teachers from Rio Grande do= Sul public state schools follow and react to educational policies demanded by t= he local and state authorities from the last three state government management= of Rio Grande do Sul. In this context, a research focused on ethnography was conducted. To obtain information, there were performed observations in the = daily routine of Physical Education teachers, recorded in the field journal; semi-structured interviews with five Physical Education teachers and data analyses. Because of the analyses, it was possible to build meaning units, which organized, result in three analytical categories: the indifference, t= he resistance, and the marks. The results suggest that the Physical Education teachers, who participated the study, act in their teaching practice indifferently and resistant to educational policies formulated by the state managers. It sugg= ests that the resistance of the teachers is reinforced when they are led to igno= re elements from their own life experience which are interwoven with their teaching practices.

Keywords: High School. Teaching. Educational policies. Teaching practices.

INTRODUÇÃO

O cenário educacional é por nós compreendido como um local de contínuas dispu= tas, de modo que os projetos dos professores, os projetos dos diretores e os projetos da comunidade estão em constante tensionamento.  Além destas tensões, que ocorrem no int= erior da escola, os gestores externos – como a Secretaria de Educação do Estado – formulam, ainda, políticas educacionais que no embate com as demais vozes possuem maior força, por conta da posição privilegiada que ocupam. Assim entendemos que este cenário se constitui como uma arena de disputas (BALL, 1994).

Pensamos, à luz de Ball, Maguire e Baun (2016), que as políticas educacionais são formuladas para resolver um probl= ema, um problema público, um problema educacional. Problema esse que é nomeado, compreendido e eleito por um grupo de pessoas que sustenta uma determinada visão de mundo. Neste caso, os gestores formulam um problema para justifica= r a política educacional que irá representar as intenções deste determinado gru= po.

Tais políticas podem ser representadas de diversas formas, sendo uma delas o discurso e outra o texto. Os textos políticos não= são necessariamente internamente coerentes e claros, eles podem também ser contraditórios. Portanto, estes textos são passíveis de interpretações.

Barthes (2019) nos auxilia a pensar que estas políticas podem ser expressas por dois estilos de texto, o estilo Readerly = e o estilo Writerl= y, que remetem à forma de participa= ção e envolvimento dos profissionais da educação para com a política pública a ser desenvolvida. No estilo Readerly o professor é compreendido como um consumidor inerte, estando na posição de= um mero executor; já no que diz respeito ao estilo Writerly, o professor é convidado a colaborar com o texto, desta forma sendo compreendido como um consumidor ativo, pois neste texto o leitor terá também um papel de coautor. Neste último, o professor passa a ser convidado= a fazer parte da política. Desta forma, esses diferentes estilos de texto explicitam e representam o tipo de política que os gestores pretendem execu= tar.

Ao observamos uma política a partir das lentes de = Ball e Bowe (1992); Bowe= , Ball e Gold (1992) e Ball (1994), podemos tecer um entendimento de que as políticas educacionais possuem uma característica complexa e controversa. Assumimos q= ue a política passa por um ciclo. Neste tocante compreendemos que os professores= têm sido implicados majoritariamente somente na execução da política, em uma fa= se onde ela passa a ser utilizada, ou seja, na fase da política em uso, confor= me Mainardes (2006) aponta: “A ‘política em uso’ referia= -se aos discursos e às práticas institucionais que emergem do processo de implementação das políticas pelos profissionais que atuam no nível da práti= ca” (p. 49). Mesmo que o desejo do professor seja de estar presente na fase da política proposta, isto não tem – via de regra – ocorrido, mesmo havendo es= paço para tal como o mesmo autor salienta.

A primeira faceta, a “política proposta”, referia-se à política oficial, relacionada com as intenções não somente do governo e de seus assessores, departamentos educacionais e burocratas encarregados de “implementar” políticas, mas também intenções das escolas, autoridades locais e outras ar= enas onde as políticas emergem (MAINARDES, 2006, p. 49).

Isto posto, entendemos que as reações a estes textos têm consequências e essas são vivenciadas dentro do contexto da prática (MAINAR= DES, 2006). Neste sentido, cabe um olhar para este contexto, pois é lá que práti= ca pedagógica, sobretudo, se materializa através de uma ação pensada, repensad= a e arquitetada pelos professores.

Ao tratarmos de prática pedagógica, partilhamos do pensam= ento de Sacristán (1999) que a entende como a ação do professor no espaço da aula. O autor argumenta que o professor assume a fun= ção de guia reflexivo, ou seja, é aquele que instrui as ações em uma aula e interfere significativamente no desenvolvimento do conhecimento do estudant= e. Assim, a prática pedagógica, no nosso entender, engloba desde a interação d= os professores com os seus estudantes, passando pela sua atuação com outros professores da sua área ou de outras áreas do conhecimento. Entendemos que o posicionamento dos professores diante das políticas, normas e regulamentos educacionais tem impacto e relação com a prática pedagógica.

A par destes fenômenos, entendemos que as políticas educacionais desenvolvidas e implementadas nas escolas da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul podem ser compreendidas a partir de seus textos= e também na sua relação com o cotidiano das escolas e com a prática pedagógica dos professores. Nesse sentido, neste estudo nos propomos a compreender como cinco professores de Educ= ação Física atuantes na Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul percebem e reagem às políticas educacionais que lhes são demandadas pelos gestores estaduais nas ultimas três gestões do governo no estado do Rio Grande do Sul (2007 a 2010; 2011 a 2014 e 2015 a 2018). Para responder a este objetivo, f= ez-se necessário pesquisar, reconhecer e compreender a temática no contexto educa= cional.

 

METODOLOGIA

A metodologia que guiou este estudo, com professores de Educação Física atuan= tes no Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul, enfrentou a curiosidade epistemológica de compr= eender os fatores presentes na prática pedagógica que colaboraram para que eles percebessem e reagissem às políticas educacionais que lhes são demandadas. = Este estudo foi realizado levando= em conta as premissas de uma pesquisa qualitativa, por entendermos que o ambie= nte natural é a fonte direta dos dados produzidos (WOODS, 1995). Ressaltamos qu= e a pesquisa qualitativa não somente partilha experiências, mas necessita da profundidade do pesquisador para entender os contextos dos colaboradores.

Na pesquisa qualitativa, o fundamental, na maioria das vezes, n= ão é a quantidade de participantes a serem observados para a validação do estudo, mas a observação em profundidade, por aportar elementos significativos de determinadas situações [...] (NEGRINE, 2017, p. 68).

Esta pesquisa foi realizada sob a perspectiva etnográfica, por entendermos a relevância de estar imerso nos cenários onde os colaboradores deste estudo circulam e de compreender os aspectos culturais envoltos no seu fazer pedagógico. Segundo Molina Neto (2017), a etnografia na pesquisa em educação pode colaborar no sentido de o professor produzir conhecimento sobre a sua prática:

[...] esse tipo de metodologia pode se constituir em um instrum= ento interessante para que os professores possam, além de produzir conhecimento a partir da prática cotidiana, refletir sobre sua intervenção nos centros escolares, como também sistematizá-la e torná-la pública. [...] (MOLINA NET= O, 2017, p. 107).

 =            Colaborando com as lentes apresentadas por Molina Neto (2017), pode-se pensar que a etnografia auxilia para que o professor realize uma reflexão sobre a sua prática. Como podemos compreender através do relato da professora Mariazinh= a[1]:

Esta é a primeira vez que eu faço esta reflexão, esta é a prime= ira vez que faço esta reflexão contigo, nunca tinha feito esta reflexão, se as políticas públicas influenciaram na minha maneira de dar aula (Entrevista c= om a professora Mariazinha em 10/05/2018 na sala de Educação Física da E.E.E.M. Verona).

 =            Utilizamos como instrumentos para a coleta de dados: a) a observação participante das aulas e do cotidiano dos professores colaboradores deste estudo no período = de dezembro de 2017 a junho de 2018, com a pretensão de entender os cenários pesquisados e como os atores destes contextos agem, se expressam e interagem com outros atores; b) o diário de campo com o intuito de registrar as informações necessárias para compreender os fenômenos que o campo nos apresentava, de modo que as observações eram descritas no diário; c) a anál= ise de documentos, como os diários de classe, as diretrizes e políticas educacionais da Rede Estadual de Ensino, por compreendermos que, para entendermos os textos políticos e as leis, essa é a estratégia mais plausív= el; e d) a entrevista semiestruturada com cinco professores do componente curricu= lar Educação Física.

As entrevistas foram realizadas com a composição de perguntas abertas com o objetivo de alcançar informações profundas sobre a conjuntura estudada (NEGRINE, 2017). Este estudo desenvolveu-se em duas escolas com cinco colaboradores, que receberam nomes fictícios com a finalidade de preservar = as suas identidades. Assim, os cenários foram a E.E.E.M. Verona (na cidade de Porto Alegre/RS), com os professores Mariazinha e Roberta e E.E.E.M. Coliseu (na cidade de Canoas/RS), com os professores Carol, Suely e Lince.

Quant= o ao processo de tratamento das informações produzidas no trabalho de campo, após repetidas leituras do material produzido, identificamos unidades de signifi= cado que agrupadas formaram categorias de análise.

É prudente analisar, descrever, interpretar e discutir as informações a partir das categorias de análise, que podem ser construídas a partir das unidades de significado, mas devem estar ajustadas às questões de pesquisa [...] (NEGRINE, 2017, p. 80).

 =            Através do processo de interpretação, as unidades de significado produzidas foram agrupadas por proximidade de temáticas, que resultaram na construção de categorias de análise que orientam as nossas interpretações: a) Indiferença= ; b) Resistência; c) Marcas. Tais temáticas serão discutidas e abordadas ao long= o das seções: Indif= erença: o que não me toca e não me implica; A resistência: a ausência na formulação; e As marc= as: a arquitetura da prática pedagógica.

O MOMENTO E O SISTEMA: MAPEANDO O CENÁRIO ATUAL

A prática pedagógica dos professores da Rede Estad= ual de Ensino do Rio Grande do Sul, na atual conjuntura, vem sendo atravessada = por diversos fatores como a precarização, o fracionamento e atraso dos salários, além da falta de recursos materiais. Durante o trabalho de campo, os professores de Educação Física, colaboradores deste estudo, expressaram compreender este momento como um estado de calamidade, no qual eles passam = por dificuldades na sua vida e na escola que é o ambiente para a materialização= da sua prática pedagógica. Para ilustrar como este cenário se encontra, trazem= os um diálogo entre os professores em um intervalo na sala dos professores.

Ai que saudade da época que a gente podia trabalhar sossegado, sem ter um mont= e de coisa para preencher e recebia o salário no antepenúltimo dia do mês. Sabía= mos que dava para ir ao mercado e comprar as coisas, agora mal dá para comprar o básico para comer. E este governador de m...  não vai dar aumento e nem pagar em dia, paga quando quer e não temos= nem tinta para a caneta, olha só (neste momento a professora sacode a caneta pa= ra a escrita em quadro branco) (Nota de campo nº 154 em 12/03/2018).

            Este relato é um exemplo do mo= mento pelo qual os professores vivem, entendemos esta narrativa como um desabafo, pois compreendemos que pode existir um possível apagamento no entusiasmo dos professores com a situação a qual eles vivenciam: “o ato de sacudir um pinc= el de quadro branco com um desânimo e a cabeça baixa, traduz possivelmente o sentimento de tristeza e esgotamento profissional” (Nota de campo nº 156 em= 12/03/2018). O diálogo a seguir, nos auxilia a compreender como os professores de Educaç= ão Física da Rede Estadual do Rio Grande do Sul participantes deste estudo reconhecem a atualidade do sistema educacional, em conjunto a esta precariz= ação material. Nos chama a atenção o modo como os proventos dos professores vem sendo pagos; tal situação nos possibilita pensar que está em curso um proce= sso de desconstrução do bem público.  <= o:p>

[...] me dói ver professores, colegas que se esforçaram, colegas que fizeram uma pós-graduaç= ão, fizeram um mestrado, entrar com uma roupa que eu o vejo há cinco anos com a mesma roupa. E ele está com a mesma roupa por que ele não consegue realmente comprar outra. Porque ele não ganha para comprar outra e quando não passa p= or outra dificuldade que acelera mais ainda a necessidade humana dele. Tenho amigos aqui assim, questões pessoais. Aí tu vês o colega não tendo nem o que comer com dificuldades. Conheço o colega desde 2010, não sou muito observad= or, mas isto eu observei, a camisa que ele usa surradinha desde 2010 ele usa ho= je. Ele é professor (Entrevista com o professor Lince em 10/04/2018= na sala dos professores da E.E.E.M. Coliseu).

O relato do professor Lince nos possibilita compreender o sentimento= dos professores, seu descontentamento e o estado de desânimo que assola este coletivo. Neste sentido, Molina Neto (2003) identificou que os professores possuem crenças e que “a crença da pouca valorização docente= faz com que o professorado de educação física deposite pouca confiança nos governantes e nas administrações do sistema educativo (p. 156)”. Esta pouca confiança pode ser transformada em indiferença e em resistência com relação= ao que os gestores propõem, pois além de todas as atribuições que os professor= es possuem na escola, eles ainda devem atender às demandas formuladas pelos gestores, como as políticas educacionais.

Assim, durante os últimos dez anos, foram demandadas aos professores= , participantes deste estudo, três propostas de políticas educacionais que os convidaram a modificar a sua prática pedagógica: Lições do Rio Grande (2009 a 2010), o Ensino Médio Politécnico (2011 a 2014) e a Reestruturação Estadual Curricul= ar (2016 até a atualidade).

A política Lições do Rio Grande trazia no seu texto a necessidade de= que a Rede Estadual de Ensino contasse com um currículo único. Este currículo f= oi descrito através do Referencial Curricular no ano de 2009, de modo que a política expressava a necessidade de que houvesse um currículo que alinhass= e e unisse os conteúdos a serem ministrados em todo o estado do Rio Grande do S= ul, através de mapas conceituais.

Com a troca de gestores no governo estadual, houve a formulação de u= ma nova política. Entrou em cena o Ensino Médio Politécnico que tinha como pil= ares importantes a inserção do estudante no mundo científico, uma necessidade de preparação para a vida adulta, de modo que as premissas desta política esta= vam alicerçadas sob a Politecnia, em um contexto on= de a escola deveria considerar o trabalho como princípio educativo e a premissa = do aluno como protagonista das ações na sala de aula.

Com o fim da gestão, em 2014, que instituiu o Ensino Médio Politécni= co, o novo gestor do estado do Rio Grande do Sul retirou o Ensino Médio politéc= nico e não formulou nenhuma proposta para a educação gaúcha. Neste período não h= ouve sequer uma diretriz, somente houve a retirada da proposta que estava vigent= e. Portanto as escolas estaduais permaneceram dois anos sem proposta alguma. S= omente no final do ano de 2016, formulou-se a Reestruturação Estadual Curricular.<= o:p>

A política Reestruturação Estadual Curricular na sua redação aborda = uma necessidade de que o ensino esteja conectado à globalização. Logo, o ensino deveria estar aliado às novas tendências digitais. Neste sentido, as novas tecnologias deveriam ser o foco da aprendizagem dos estudantes.<= /span>

É constante no relato dos professores os traços impositivos das políticas educacionais. Esta característica, por vezes, além de precarizar a ação dos professores, faz com que o significado dela aos poucos se transfor= me em mero rascunho. Desta forma, para os participantes deste estudo, as formulações realizadas pelos gestores são entendidas como imposições, por conta da posição privilegiada que eles ocupam em relação aos professores. Nesta perspectiva, o relato do professor Lince nos faz refletir sobre o modo como eles observam e reagem às formulações que lhe são endereçadas:<= /p>

[...] sempre vem por imposição, sempre vem de cima. [...] Lince, tu queres fazer? Olha se tu não quiseres fazer tu terás que sair fora. Tu tens uma carga horária, a tua carga horár= ia está sobrando. Então eu vou te colocar ali para suprir a carga horária e tu tens que fazer isto. Logo a gente termina fazendo o que foi solicitado (Entrevista com o professor Lince em 10/04/2018 na sala dos professores da E.E.E.M. Coliseu).

Os professores, colaboradores deste estudo, externam a compreensão de que as formulações são “entregues” na escola no intuito de causar um impact= o no seu trabalho, no seu fazer pedagógico, ou seja, com a intenção de pretensam= ente alterar a sua prática pedagógica. Desta forma, entendemos que as formulações realizadas pelos gestores, convidaram os professores a modificar a sua prát= ica pedagógica, no entanto, eles compreendem que as políticas não lhes provocar= am mudanças.

Não teve nenhuma mudança. Não, não teve. Não teve nenhuma mudança na minha aula por conta da política. A minha aula, é claro, vai se modificando, vai mudando pela experiência que a gente vai adquirindo, pela experiência docente. Eu dava u= ma aula no começo, hoje a prática, as vezes né, faz com que a gente reveja conceitos, e a minha aula hoje é diferente das aulas que eu dava onze, doze anos atrás (Entrevista com o professor Lince em 10/04/2018 = na sala dos professores da E.E.E.M. Coliseu). =

Essas políticas só vêm para te atrapalhar, deixa eu dar a minha aula, deixa eu fazer. Agora, depois de anos querem me ensinar a dar aula. Eles vêm, jogam um monte de textos para a gente ler e no fim o que fazem, troca o governo sai tudo. Toda hora a gente tem que estar trocando. Olha, vou te contar uma coisa, não vem nada de proveitoso com est= es políticos (Entrevista com a professora Roberta em 13/04/2018 na sala dos professores da E.E.E.M. Verona).=

Não, acho que não. Não foi por causa disto = que eu mudei. Eu mudei, continuo mudando e acho que a gente deve mudar, estou me atualizando e me capacitando. Foi mais por troca com os outros colegas, por cursos que eu fiz, cursos de capacitação, por outras questões, por reuniões= com os colegas, por outras questões, do que propriamente por conta destas polít= icas educacionais (Entrevista com a professora Mariazinha em 03/04/2018 na sala de Educação Física da E.E.E.M. Verona).

Não. Cara vou te dizer, como te falei, não = foi algo construído por mim, não foi algo que eu formulei, não foi algo que eu criei ou criei com os meus colegas ou o grupo nosso da escola. É algo que v= eio. E eu não participei daquilo. Não tive envolvimento com aquilo (Entrevista c= om o professor Suely em 10/04/2018 na sala da direção da E.E.E.M. Coliseu).=

Na minha aula não muda nada. Eu tenho um pa= drão de aula. Na questão avaliativa, como eu te disse, eu faço uma avaliação subjetiva. Na minha aula não interfere em nada. Eu sempre trabalho também n= esta questão de formar o cidadão. Então, além da parte técnica, eu procuro formar uma criança que se transformará em um cidadão (Entrevista com o professor C= arol em 09/04/2018 no pátio da E.E.E.M. Coliseu)= .

Frente a tal cenário, as políticas demandavam aos professores modifi= car o seu modo de trabalhar. De um lado as políticas traziam as intenções dos gestores em modificar o cenário educacional. A política Lições do Rio Grande (2009) demandava a inserção de conteúdos na prática pedagógica que eram distintos da formação inicial do professorado, como a capoeira. A política Ensino Médio Politécnico (2011) instigava o professorado a realizar um trab= alho em conjunto com outros componentes curriculares, de modo que o professorado= era implicado em realizar um planejamento relacionando os seus conteúdos aos do= s demais componentes. Já a política Reestruturação Estadual Curricular (2016) convid= ou os professores a pautar o seu planejamento a partir das habilidades que iri= am desenvolver nos estudantes para que depois elencassem os conteúdos a serem ministrados. De outro lado, pudemos aprender com o trabalho de campo que os professores constroem o seu trabalho a partir das suas marcas, do que lhe f= oi significativo ao longo da sua vida e da sua formação profissional, gerando, muitas vezes, divergências entre a sua concepção de educação e a dos gestor= es.

É possível interpretar que estas novas demandas contribuíram para uma intensificação do trabalho deste coletivo. Esta intensificação, proporciona= da pelas políticas educacionais, somou-se ao parcelamento e fracionamento de salários, à precarização e desvalorização da profissão docente. É nesse acú= mulo de elementos, que fomos captando ao longo do trabalho de campo, que entende= mos que a reação preponderante do professorado foi de se posicionar de modo ind= iferente às políticas educacionais, como passamos a explorar nas seções seguintes.

INDIFERENÇA: O QUE NÃO ME TOCA E NÃO ME IMPLICA=

Os professores de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul, participantes deste estudo, demonstram estarem experimentand= o um sentimento de esgotamento e de desconstrução das suas inspirações com relaç= ão ao seu fazer pedagógico, frente às dificuldades encontradas no sistema educacional. Diante desse contexto, manifestam, também, em alguns momentos,= uma indiferença com relação às formulações confeccionadas pelos gestores para s= erem implementadas nas escolas.

É possível entendermos que a indiferença que os professores demonstr= am manifestar sobre as políticas educacionais pode ser a tradução da sua indignação ao momento pelo qual perpassam. O contexto que este coletivo vivencia, aliado = às proposições dos gestores, somam-se às demais tensões existentes no cenário educacional e nisto a política passa a ser mais uma das tantas coisas que s= ão demandadas aos professores na escola. Neste sentido, eles acabam atribuindo= uma maior importância à dimensão burocrática, confeccionando os textos solicita= dos pelos gestores, preterindo uma interpretação do que preconizaria as polític= as educacionais.

A gente simplesmente pegou um papel e tentou colocar aquela ideia deles em um papel. Na verdade,= na nossa disciplina, Educação Física, a gente não fez nada daquilo, eu acho. Eu acho que só foi uma coisa para nós colocarmos em um papel e aquilo ali ficar registrado. Só para dizermos: ‘Ó fizemos o nosso cronograma, o nosso progra= ma’. Não lembro como a gente montou isto. Mas lembro que foi mais um documento que a gente fez, só que na prática a gente= não seguiu aquilo ali de forma nenhuma (Entrevista com o professor Suely= em 10/04/2018 na sala da direção da E.E.E.M. Coliseu).

A partir da declaração de Suely podemos compreender que os professor= es agem com indiferença frente às políticas, pois muito do que elas endereçam = aos professores não é entendido ou traduzido. Nesse sentido, a professora Rober= ta relata com espanto as dificuldades que uma formulação curricular apresenta quando é transmitida aos professores sem a sua participação e como este processo pode respingar na sua prática pedagógica: “Imagina, eles querem colocar ginástica na aula, como? Eu não sei. Colocar capoeira, que absurdo,= não tive formação para isto, não temos estrutura” (entrevista com a professora Roberta em 13/04/2018 na sala dos professores da E.= E.E.M. Verona). Podemos perceber que Roberta entende a complexibilidade de desenvolver uma = aula com os conteúdos da ginástica e da capoeira, pouco presentes em sua formação inicial. Neste cenário, a mesma é compelida a realizar um curso de extensão= ou formação sobre o que lhe é pouco conhecido, como é o caso da capoeira.=

É possível compreender que a conjuntura atual de precarização e desvalorização da escola vai ao encontro de um desmantelamento da profissão= em conjunto com a corrosão do significado do trabalho para os professores. A situação desestimula os professores a realizarem cursos de aperfeiçoamento, cursos de extensão e pós-graduação em um cenário onde a formação permanente também é precária. Assim, o ato de continuar em formação na Rede Estadual de Ensino se torna uma tarefa árdua, quase impossível, pelo fato de mover o professorado a recuar nos seus desejos.

[...] não se tem valorização, não se tem re= nda. Aí tu vais comprar um livro, tu vais se capacitar, tu vais fazer um curso, = tu vais comprar um livro, tu vais comprar uma revista, tu vais comprar um jorn= al. Tudo isto que tu vais comprar para se atualizar, para se capacitar, tudo va= is ter um custo. as primeiras coisas que a gente corta, quando a gente está com um problema sal= arial, são estas coisas que a gente entende que não são necessárias, não são emergenciais como pagar água, luz, comida e passagem, tudo. [...] Por exemp= lo, eu acabei de fazer outra pós-graduação, eu tenho dois pós, dois pós não vão alterar nada no meu salário, não altera nada. Eu estou concorrendo com o me= smo professor que dá aula aqui na escola comigo que está se formando. Entende? Então não há valorização, não há estimulo algum (Entrevista com a professora Mariazinha em 03/04/2018 na sala de Educação Física da E.E.E= .M. Verona).

Desta forma, podemos compreender que os professores agem com indifer= ença às políticas educacionais. Os fragmentos do diário de campo contribuem para esse entendimento: Olha só, eles querem colocar a educação integral, como? Veio este documento aqui dizendo como devem ser as aulas, depois de mais de 20 anos querem me ensinar.” (Nota de campo nº 71 - relato da professora Roberta em = 10/11//2017). Nesse mesmo caminho, o trabalho de campo nos possibilitou presenciar um fato que foi ao encontro do explanado pela professora Roberta: “o professor pega= o papel da proposta que dizia como deveria ser sua aula, lê e diz: isto não me serve. O mesmo joga o papel para uma caixinha que fica ao centro da mesa dos professores e diz que já tem a aula pronta e simplesmente sai da sala afirm= ando que havia mais coisas para se fazer”. (Nota de campo nº 200, sala dos professores da E.E.E.M. Coliseu em 16/03/2018).

É possível pensarmos que as formulações apresentadas pelos gestores = aos professores fogem do que eles acreditam, do que eles aprenderam e pouco dialogam com o que o professorado considera importante para a sua prática pedagógica ou para o ensino, o que pode colaborar para que os professores s= ejam indiferentes às formulações.

Se tu tens o troço e eu vou te mostrar exatamente como vai funcionar, explicar cada detalhe e tu entender. Isto é = uma coisa. Agora abordar dizendo: olha só, chegou isto daqui olha, uma nova política. Chega o troço meio jogado e a gente não se interessa em ler també= m. Só se passa o olho por cima e diz: ah deixa eu ver. Aí tu olhas e diz: ah n= ão sei, para mim isto é palhaçada. Não me foi passado, eu também não mostrei interesse. As duas coisas acho que se alinharam e já era (Entrevista com o professor Suely em 10/04/2018 na sala da direção da E.E.E.M. Coliseu).=

Os professores demonstram, em alguns momentos, que as políticas educacionais lhes sufocam, afetam os seus desejos, o seu ânimo e o caráter singular da sua prática pedagógica. Este processo ocorre por conta da forma como estas formulações lhes são demandadas. Assim, este coletivo expressa q= ue as formulações construídas pelos gestores acabam por não serem interpretadas e traduzidas, e assim, consequentemente, acabam rejeitadas.=

 Na compreensão dos colabora= dores deste estudo, as políticas educacionais não traduzem nem em parte o que eles anseiam, acreditam ou prospectam como prática pedagógica no componente curricular Educação Física. Nesse sentido, Molina Neto (2003) nos auxilia a compreender este posicionamento dos professores, pois “a atividade do dia-a-dia do professorado de educação física, nas escolas públicas, não é uma atividade solitária e asséptica. Está imersa em um mundo de relações e de interações que se estabelecem entre as diferentes parcelas da comunidade escolar” (p. 146).

As intervenções políticas, neste cenário, podem movimentar o caráter= da profissão docente. Os professores compreendem que as políticas educacionais= não lhes implicam e elas movimentam o caráter peculiar da sua profissão, o que = nos leva a concordar com Molina Neto (2003), que faz o convite a pensar que os professores de escolas públicas são profissionais diferentes dos demais. As= sim, é possível compreender que os professores, além de se colocarem indiferente= s às políticas educacionais, acabam resistindo a elas regularmente, por conta da ausência da classe docente na sua proposição e formulação.<= /p>

A RESISTÊNCIA: A AUSÊNCIA NA FORMULAÇÃO

            Ao compreendemos que a escola pública, no que diz respeito ao contexto da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul, possui nuances de precarização, percebemos que a descontinui= dade e a formulação de políticas educacionais em um curto espaço de tempo pode se desdobrar em uma desvalorização da profissão docente. Frente a isto, o professorado pode reagir com indiferença às demandas dos gestores. Neste estudo, o coletivo docente externa que em alguns momentos reagem com resistência ao receber, interpretar e utilizar as políticas educacionais. E= sses fenômenos foram percebidos no trabalho de campo, quando, em diversos moment= os, no cotejamento de informações, os professores se manifestaram significando que= as políticas podem ser uma tentativa de os gestores instituírem o seu conhecim= ento pretensamente de forma hegemônica.

Às vezes acaba tendo até uma rejeição sim. = Eu vou dizer por mim. Esta coisa é imposta sem poder discutir, sem poder opina= r, isto só faz com que eu tenha que colocar uma ideia em pratica, uma ideia de= um governo, uma ideia de um partido em que está se criando uma nova forma de trabalhar a educação simplesmente por que aquela linha de política vê daque= la forma, daquele jeito e eu tenho que fazer (Entrevista com o professor Suely= em 10/04/2018 na sala da direção da E.E.E.M. Coliseu).

            Deste modo, podemos compreende= r que há uma desconsideração dos professores na formulação das políticas educacio= nais que lhe são demandadas. Tomando as considerações de Ball e Bowe (1992), Bowe, Ball e Gold (1992), Ball (1994) e= Mainardes (2006), os professores têm sido implicados = com as propostas somente na fase da política em uso. Nesse sentido, a “proposta” c= hega em suas mãos na forma de uma demanda endereçada pelos gestores para ser atendida e materializada na escola. Mesmo as políticas sendo manobradas em = modo de discurso e de textos, os professores realizam um processo que pode ser compreendido como um processo antropofágico da política. As reflexões de Ba= ll, Maguire e Braun (2016) nos instigam a conjecturar que as políticas educacio= nais podem ser intervenções textuais que são passíveis de interpretação e reinterpretação, considerando que, no “chão da escola”, o professor exerce = uma relativa autonomia para realizar a sua prática pedagógica e, desta forma, executa a proposta do modo como a entende.

            O fato de os professores serem implicados somente na fase da política em uso nos ajuda a entender que isto pode desencadear, neles, a compreensão de que a sua palavra não está presen= te nas formulações, potencializando o sentimento de não pertencimento e reconhecimento da proposta, pois, na fase da proposta política, são colocad= as somente as intenções dos gestores, dos seus assessores, dos departamentos educacionais e dos burocratas. Assim, pudemos aprender que os professores r= eagem predominantemente, ao se apropriarem das políticas, resistindo a elas.=

Esta resistência ocorre independente dos preceitos que os textos ou discursos carregam, pois os professores entendem que a sua prática pedagógi= ca é uma atividade orquestrada, pensada, planejada. Eles compreendem que a “sua aula” é baseada, mormente, nas suas experiências, nas suas crenças, nas suas idiossincrasias. Portanto, compreendem que a sua prática pedagógica é uma atividade de cara para o seu trabalho.

Na minha aula não muda nada. Eu tenho um pa= drão de aula. Na questão avaliativa, como eu te disse, eu faço uma avaliação subjetiva. Na minha aula não interfere em nada. Eu sempre trabalho também n= esta questão de formar o cidadão. Então, além da parte técnica, eu procuro formar uma criança que se transformará em um cidadão. A questão de que as regras e= stão ali para serem cumpridas, de que eles têm que fazer o melhor para todos, que não devem prejudicar ninguém. Então, a formação do cidadão creio ser o principal (Entrevista com o professor Carol em 09/04/2018 no pátio da E.E.E.M. Coliseu<= /span>).

            Podemos interpretar que o prof= essor não se entende como uma mero executor de uma proposta política. Ao compreen= dermos que o professorado de Educação Física constitui sua atividade diferenciada = dos demais docentes, identificamos que eles lançam mão das suas bagagens histór= icas, e as manobram para arquitetar o seu trabalho. É recorrente, nas aulas de Educação Física, acompanhar as narrativas desta relação. Nesse sentido, percebemos que as políticas propostas pelos gestores esmaecem quando confro= ntam as marcas acumuladas pelos professores, pois eles percebem que a sua bagagem histórica é reconhecida pelos estudantes e reiteram a resistência às políti= cas propostas pelos gestores.

Na sua aula de hoje= , a docente Roberta realizou o processo de aprendizagem do toque no voleibol. E= la mostrou os diferentes tipos de toques para que os alunos conseguissem reali= zar um levantamento ou uma recepção, parte dos alunos se mostrou surpreso com a técnica da professora. Um até diz: ‘Bah profe q= ue toque hein, vai para a seleção’. A professora respondeu dizendo que foi da Seleção da sua escola e era a escola mais forte na época e era muito difícil jogar lá. A técnica de Roberta me passou a impressão de estimular os estuda= ntes na prática do voleibol (Nota de campo, nº 215 de 19/03/2018).

Assim, podemos compreender que este coletivo, ao arquitetar a sua prática pedagógica, realiza uma reflexão e lança mão da sua história de vid= a, utilizando, assim, o que lhe foi significativo e foi acumulado como bagagem para a organização do seu trabalho. Logo, o professorado recorre às suas marcas, para que possam sustentar a sua resistência às políticas e diretriz= es educacionais que lhes são demandadas pelos gestores.

AS MARCAS: A ARQUITETURA DA PRÁTI= CA PEDAGÓGICA

Em diversos momentos ao longo da nossa história de vida houve acontecimentos significativos que são lembrados nas nossas memórias. Estas lembranças podem ser desencadeadoras de aprendizagens, ressignificações de transformações e de reconstruções. Deste modo, estes acontecimentos podem s= er instrumentos para a construção da prática pedagógica. Neste trabalho, consi= deramos tais acontecimentos como marcas. As marcas são construídas de modo diferente por cada indivíduo, e esta construção está permeada pela cultura e pelas relações socioafetivas que os sujeitos estabelecem em diversos momentos da = sua trajetória de vida.

A partir das informações produzidas no campo, é possível tecer um entendimento de que, ao arquitetar a sua prática pedagógica, este coletivo docente se utiliza da sua criatividade para manejar com habilidade as suas marcas em um processo que ocorre de modo crítico e reflexivo.

Ao pensarmos sobre o processo de arquitetura da prática pedagógica dos professores é possível compreender que, lançando mão= das suas marcas, eles constroem uma prática pedagógica carregada das suas perspectivas, compreensões e idiossincrasias. Portanto, podemos assumir que= a prática pedagógica dos professores de Educação Física é carregada de princípios, emoções e crenças.

Na escola, o professor tem a sua prática pedagógica atravessada por diversas tensões e disputas envolta dos projetos da comunid= ade, da escola, dos estudantes, além de atravessada pela redução de tempo[2] para as aulas de Educa= ção Física. Neste contexto, as diretrizes e políticas educacionais se tornam ma= is um elemento que tenta influir na prática pedagógica, prospectando modificá-= la. As políticas educacionais se tornam um elemento potente que busca modificar a prática pedagógica do professorado de Educação Física, uma vez que a sua fo= rça é aumentada pela posição privilegiada que os gestores ocupam, por conta da legitimidade que lhes é atribuída pela sociedade.

No estudo com este coletivo, pudemos identificar q= ue existe uma considerável resistência às políticas propostas pelos gestores. = Os participantes desta pesquisa não cogitam abrir mão das suas percepções, cre= nças e desejos, em detrimento das políticas educacionais.

São reuniões meramente políticas mudando um= ou outro aspecto, mas no final, na minha aula, não influenciou em nada. Teve formação na escola. Mas para mim, eu te coloco aqui ó. Não vi modificação, = só muda a nomenclatura, muda um ou outro aspecto que não influencia em nada na questão do ensino aprendizagem. A gente não enxerga, a política meramente v= em para dizer assim: “Ah está errado dar nota, vamos mudar para conceito”, e n= ão tem nenhuma mudança no ensino-aprendizagem, então não influencia em nada (Entrevista com o professor Carol em 09/04/2018 no pátio da E.E.E.M. Coliseu)= .

Neste contexto, os colaboradores deste estudo mani= festaram que as políticas educacionais não traduzem o ambiente escolar e que elas são construídas por alguém que possui a sua legitimidade contestada e que, de c= erto modo, as políticas tentam reconstruir a sua prática pedagógica.<= /span>

Foi o que a gente fez. Foram duas reuniões = lá. Foi no Instituto de Educação, a supervisão da escola disse: “Olha, agora vo= cês leem os livros e planejem. O planejamento de vocês tem que estar voltado e = de acordo com o que está nas lições do rio grande”. Muitas coisas do que eu li= ali já era o que a gente fazia. Já fazia parte da nossa prática, minha e das mi= nhas colegas da educação física. Mas falando de mim, já fazia parte da minha prática. Outras coisas que eu li ali não serviram para mim, aí eu não fiz (= Entrevista com a professora Roberta em 13/04/2018 na sala dos professores da E.E.E.M. Verona).

Através do rel= ato da professora em conjunto com a análise documental realizada, conseguimos perceber que o documento da política trata de várias práticas a serem desen= volvidas na escola, pelos professores de Educação Física, no entanto, para que esta proposta se concretizasse, a professora Roberta deveria modificar a sua prá= tica pedagógica e assim alterar a sua predileção dos conteúdos a ministrar.=

Nas seções ant= eriores, identificamos e tratamos da indiferença e da rejeição empregada pelos professores diante das políticas educacionais. Entendemos que alguns elemen= tos são significativos para que estes empreguem tal movimento que se explicita = como uma resistência. É possível considerar que as marcas corporificadas nas histórias de vida dos professores são parte construtiva desta forma de reag= ir às políticas. Estas marcas podem ser compreendidas como situações e experiências vividas pelos sujeitos que lhes afetaram. Assim, elegemos para discussão, neste manuscrito, as marcas produzidas pela docência e as marcas sociocorporais (FIGUEIREDO, 2004) vividas anteriormente à docência.

As marcas produzidas pela docência podem ser entendidas como as vivências que estes professores tiveram ao longo da carreira e que hoje conduzem suas crenças e representações sobre a prática pedagógica. Diante disso, podemos considerar= que a forma como os professores concebem a gestão do estado do Rio Grande do Su= l, bem como a forma como compreendem as políticas educacionais apresentadas têm relação com as experiências que estes sujeitos já vivenciaram neste context= o. O fato de os professores serem colocados constantemente diante de uma mudança educacional/curricular sempre que há troca de governo na gestão do estado causa, possivelmente, um efeito que leva os professores a serem descrentes = para com as políticas educacionais. O descaso com suas condições de trabalho, que estes professores destacam vivenciar na rede estadual de ensino, é outro fa= tor que pode ter produzido uma marca que lhes conduza à essa rejeição e indifer= ença frente ao que lhes é demandado.

Por outro lado= , as marcas sociocorporais têm uma relação com as experiências vividas por estes sujeitos durante a infância, adolescência e até durante a formação inicial. Est= as experiências produziram ou permitiram um maior vínculo e afeto destes sujei= tos com determinadas práticas, com determinadas perspectivas. Assim, é possível= que os professores resistam às políticas educacionais porque elas, de alguma fo= rma, podem lhes desacomodar. Um exemplo é o caso da professora Roberta, que se v= ê distanciada da condição de trabalhar com a capoeira por entender que não construiu experiências e formação que lhe permitam trabalhar com este saber. Suas exp= eriências, conforme ela sinaliza:

[...] tipo a Capoeira, eu não tenho, não fiz nem um curso, não tenho nenhum aprendizado voltado à capoeira por exemplo. Capoeira e Lutas faziam parte das atividades que dizia lá. A gente até comentou. Conversamos com a supervisora, não me lembro o que ela falou, se a gente tinha que colocar igual e não fazer ou se a gente não precisava inclu= ir tudo, acho que foi esta a resposta dela. E foi isto. O que que eu achei, eu achei uma coisa muito pronta que não houve nenhum debate (Entrevista a professora Roberta em 13/04/2018 na sala dos professores da E.E.E.M. Verona).

Todas estas apreensões expressas por Roberta ocorr= em por conta de uma possível necessidade de formação permanente e realização d= e um aprimoramento profissional, aos quais ela não possui condições por conta da conjuntura que os professores perpassam. Porém, a resistência da professora também ocorre por conta das marcas que ela carrega das práticas escolares q= ue são a sua inspiração no exercício da profissão docente.

Neste sentido, Tardif (2014) aponta para a interiorização do conhecimento, que entendemos fazer parte da história de v= ida do professorado. As práticas dos esportes coletivos contribuíram para que ela construísse marcas valiosas na sua história de vida. O fato de a capoeira n= ão ter feito parte das suas experiências sociocorporais e tão pouco ter feito parte do seu percurso inicial na formação em Educação Física lhe causa estranheza, receio e insegurança para que ela aborde este conteúdo na sua prática pedagógica. Paradoxalmente, a professora não apresenta resistência = no que diz respeito ao conteúdo voleibol, esporte amplamente presente, trabalh= ado e massificado na formação inicial em Educação Física a ponto de constituir a expressão jocosa “quarteto fantástico”, que diria respeito aos esportes Voleibol, Basquetebol, Futebol e Handebol. Essa tendência esportivista/tecnicista era a perspectiva hegemônica de Educação Física quando a professora era estudante na educação básica durante as décadas de 1970 e 1980.<= /span>

Na escola eu adorava a educação física, era apaixonada. Esperava toda radiante o momento, sempre adorei o voleibol desde pequeninha assim. Eu me lembro que eu estava na 6ª ou 7ª série, a professor= a já veio: “Ah como tu tem o toque bom”, lembro que ela vinha comentar, eu lembro deste momento. E quando eu cheguei na 8ª série teve um professor que foi fa= zer um estágio na escola que eu estava e me viu jogando e ele me chamou e disse: “Tu joga bem voleib= ol, tem os fundamentos bem desenvolvidos, tem um bom toque, uma boa manchete, um bom saque (Entrevista com a professora Roberta em 13/04/2018 na sala dos professores da E.E.E.M. Verona).

Esta experiência de Roberta vai ao encontro do que Figueiredo (2004) entende como uma “experiência social reveladora de uma identificação da Educação Física com o Esporte, imposta por uma cultura e relações sociais preexistentes” (p. 96). Estas experiências da professora c= om a modalidade esportiva foram significativas e serviram como um dos alicerces = para a construção da sua prática pedagógica no Ensino Médio, na Rede Estadual de Ensino, pois este era o seu maior desejo, desenvolver na escola o esporte q= ue tanto a inspirou. Isto contribuiu para que a professora manifestasse um distanciamento com relação à proposta Lições do Rio Grande.

Cheguei hoje ao últ= imo dia de observação e da mesma forma que as anteriores com a primeira turma do início da manhã a docente Roberta inicia o alongamento e no aquecimento pro= põe uma atividade relacionada ao voleibol, o conteúdo voleibol foi abordado por= ela no fechamento de 2017 e foi abordado no primeiro e no início do segundo trimestre de 2018. Porém, os alunos parecem não se opor à proposta, pois ir= ão jogar e ela se propõe a fazer pequenas correções durante a prática pedagógi= ca (Nota de Campo nº 563 de 18/06/2018).

            No processo de arquitetura da prática pedagógica, é legitimo que os professores lancem mão dos fatos que = mais lhe marcaram ao longo da sua vida, este movimento não é uma exclusividade de Roberta, o mesmo ocorre com os outros participantes deste estudo. Assim, compreendemos que este coletivo lança mão das suas marcas, do que lhe foi significativo e do saber acumulado através dos professores que os auxiliam a arquitetar a sua prática pedagógica. Se de um lado a professora manifesta sinais de uma possível cristalização da sua prática pedagógica ancorada nas suas marcas e na sua experiencia docente, de outro o preço disto é não dar conta de uma multiplicidade de saberes que são, também, um compromisso da escolarização, que por vezes estão expressos nas propostas de políticas educacionais. Os professores admitem recorrer as suas marcas na construção = da sua prática pedagógica, o que pode nos sinalizar como uma possível tendênci= a de manutenção e hegemonização dos conteúdos massificados da Educação Física Escolar, como descreve Carol, através da sua interação social com o futebol= e o basquetebol:

Era uma vida mais tranquila, não tinha esta violência que se tem hoje. Depois, eu ainda joguei futebol em escolinha e basquetebol, cheguei a jogar no grêmio, nas categorias de base. Depois me m= udei para São Paulo e joguei basquete. Futebol eu joguei quando eu tinha 11 e 12 anos no grêmio e basquetebol quando eu tinha 15 anos. Eu saí do basquetebol quando eu vim de São Paulo e aqui eu não conhecia locais que teria basquete, então eu parei. [...] Trago= por que eu aprendi bastante, a parte de fundamentos de basquete, de futsal e de futebol de campo, daí, quando eu ministro aulas deste sentido, eu faço bast= ante trabalho de fundamentos (Entrevista com o professor Carol em 09/04/2018 no pátio da E.E.E.M. Coliseu<= /span>).

            As marcas de Carol, que servem= de elemento para a construção da sua prática pedagógica, reiteram a resistênci= a do professor a modificá-la em detrimento de uma política educacional, como ele relata: “Eu tenho a minha aula montada e estruturada, viu só! Então, estas políticas não vão mudar isto, eles não vão mudar minha maneira de agir aqui neste espaço” (Nota de campo nº 257 de 09/04/2018). Se, de um lado, os professores com a heranç= a da formação inicial, que priorizava um ensino do “quarteto fantástico”, calcado nas suas marcas, continua se manifestando, de outro, é possível identificar alguns sinais de outras prática decorrentes do Movimento Renovador da Educa= ção Física brasileira[3]. Nesta seara, pode ser identificada uma prática de outros saberes no cenário escolar.  Em que pese o caráter impositivo das políticas prospectadas pelos gestores, a reflexão, por vezes, expressa do ensino calcado na cultura corporal de movimento ressoa nos professores. Podemos elencar aqui, como alguns exemplos, as atividades circenses e os esportes de aventura, sendo estas atividades percebidas na prática pedagógica dos professores durante o trabalho de campo, mesmo que e= ste coletivo não admita assumir integralmente, na sua prática, os elementos fundantes das políticas educacionais.

No estudo com este coletivo, podemos pensar que el= es constroem a sua prática pedagógica com certa resistência às políticas formuladas pelos gestores, mas eles admitem remodelá-la quando as proposiçõ= es emergem de outros indivíduos que partilham das suas angústias, aflições e emoções onde eles se reconhecem, como outros professores e estudantes. Neste sentido, podemos pensar sobre como ocorreu a mudança na prática pedagógica destes professores.

Então, muita coisa a gente trabalha na troc= a de saberes, na troca em cursos, na troca com os colegas, e hoje em dia tem mui= ta coisa que eu acho muito legal, que é a troca de saberes com os alunos, né [= ...] aprendi a jogar xadrez com os alunos, tu entendeste. Então tem algumas cois= as que a gente aprende com os alunos, hoje eu já consigo dar uma aula de xadrez para eles e assim a gente vai fazendo a nossa aula. (Entrevista com a professora Mariazinha em 03/04/2018 na sala de Educação Físi= ca da E.E.E.M. Verona).=

Mariazinha admite modificar a sua prática pedagógi= ca ou reconstruí-la para que sejam contempladas as aprendizagens desenvolvidas= com o seus alunos. Deste modo, podemos compreender que uma política, mesmo sendo demandada por alguém que possui um discurso potente e goza de uma posição privilegiada, perde força no cenário escolar pelo fato de os professores contemplarem os conhecimentos daqueles que estão implicados no seu dia a di= a, partilham das suas emoções, aflições e angústias, ou seja, aqueles em que e= les se reconhecem. Desta forma, a proposta do estudante de Mariazinha foi mais potente que uma política educacional e passou a integrar a sua prática pedagógica.

[...] neste mesmo ambiente, Mariazinha exige que os alunos interajam e realizem atividades, há jogo de cartas, pebolim, damas e xadrez. Um dos alunos a chama para pergunt= ar o que o cavalo faz, ela se aproxima e explica aos estudantes todos os movimen= tos de todas as peças e explica o objetivo do jogo (Nota de campo nº 130 de 16/= 01/2018).

Parte das atividades desenvolvidas por Mariazinha = na sua prática pedagógica são provenientes da troca de saberes que ela teve co= m os seus estudantes. Logo, estas aprendizagens instigaram a professora a modifi= car sua prática pedagógica para que sejam contemplados os novos saberes desenvolvidos por ela, ou seja, uma prática que a marcou. Semelhantemente, a professora Roberta desvela o aprendizado desenvolvido com os estudantes dur= ante sua prática pedagógica no Ensino Médio.

Aí eles disseram: “Professora a gente adora, vamos fazer a brincadeira do tubarão” eu disse: Como é? Eu não conheço. Eles trouxeram. Eu achei muito legal e disse vamos. Então eles me ensinaram a brincadeira do tubarão. Nós ficamos um período inteiro fazendo a brincadeir= a do tubarão e eles não se cansam de fazer a brincadeira do tubarão. Fizeram em = mais de uma aula. A turma de 3º ano. Aí eu propus para as outras turmas. Algumas turmas gostaram, outras não. Mas assim, principalmente as turmas de terceiro ano me chamaram a atenção. A maioria quis, brincou e gostou. Então volta e = meia nós fizemos de aquecimento, ao invés de eu fazer o padrão que é a corridinh= a e o alongamento, proponho fazer o Tubarão, que é uma brincadeira de correr e = de toque, de um tocar no outro (Entrevista com professor Roberta em 13/04/2018 na sala dos professores da E.E.E.M. Verona).

Lembramos que anteriormente Roberta não admitiu modificar a sua prática pedagógica – inserir o conteúdo de capoeira e ginás= tica – por conta da definição da política educacional, pelo fato de não se reconhecer neste conteúdo e não ter realizado uma formação para trabalhar c= om esta prática. A partir disso, entendemos que há uma força histórica e conservado= ra que por vezes calca e traz sinais de uma possível cristalização da prática pedagógica do professorado. Ao mesmo tempo, existem sinais de respingos de = outras práticas e das políticas nas aulas, bem como a interação dos professores co= m os estudantes, que podem dissolver essa possível cristalização histórica. A proposta, visualizada no campo de pesquisa, emergiu dos estudantes e ressoo= u na prática pedagógica dos professores. Tal situação sinaliza um espaço de diál= ogo e negociação sobre os sentidos da prática pedagógica. Nessa perspectiva, as reflexões de Sanchotene e Molina Neto (2013) nos ajudam a compreender que os professores desenvolvem uma maneira própria de atuar, porém não se trata de uma forma estanque.

[...] podemos dizer que o “habitus”, ou de modo mais específico, as predisposiçõ= es para a ação, interferem no planejamento e execução das aulas e nos padrões = de avaliação e de comportamento, estando presentes no planejamento das aulas e= no relacionamento do professor com os alunos (SANCHOTENE; MOLINA NETO, 2013, p. 448).

Nesse sentido, através do trabalho de campo, foi possível perceber que, na interação com os estudantes, os professores admit= em recompor a sua prática pedagógica. Essa situação, em que pese a predisposição dos professores a recorrer à tradição histórica calcada nos esportes, ou seja, = no “quarteto fantástico”, suscita-nos a pensar que a prática do professorado é flexível e não estanque com espaços para a construção e reconstrução.

Podemos, assim, refletir que a recusa da professora Roberta à Capoeira não se trata apenas de uma resistência à política educacional e ao conteúdo proposto, mas também porque a Capoeira não era desejada por Roberta e não fazia parte das suas marcas da interiorização de= um conhecimento pré-existente (TARDIF, 2014).

Nas premissas de Sacristán (1999) “...a prática educativa é o produto final a partir do qual os profissionais adquirem o conhecimento prático que eles poderão aperfeiçoar”= (p. 73). Entendemos que este coletivo retoca a sua prática pedagógica através da colaboração de outros professores ou estudantes, através da troca de sabere= s.

Podemos pensar que a prática pedagógica é tensiona= da à mudança pelas políticas educacionais, no entanto, as percepções e reações q= ue este coletivo manifesta para as formulações realizadas pelos gestores têm s= ido, predominantemente, a indiferença e a resistência que muitas vezes são pauta= das pelas marcas das suas histórias de vida.

Deste modo, podemos compreender que os professores, colaboradores deste estudo, que são atuantes no Ensino Médio da Rede Estadu= al de Ensino do estado do Rio Grande do Sul, lançam mão das suas idiossincrasi= as, percepções e crenças para construir a sua prática pedagógica. As constantes investidas dos gestores, utilizando a posição privilegiada que ocupam, os discursos que tecem no sentido de influir no fazer docente, perdem força qu= ando se deparam com as marcas dos professores.

Assim, este coletivo demonstrou que consolida uma resistência às políticas educacionais em nome das suas marcas que são carregadas de saberes, compreensões e desejos biograficamente situados. Est= es professores ainda demonstraram que, frente a uma troca de saberes com outro= s indivíduos com que estão implicados diretamente no “chão da escola”, como outros professores ou estudantes, que são indivíduos que eles reconhecem, dispõem modificar ou reconstruir a sua prática pedagógica.

REFLEXÕES TRANSITÓRIAS

Neste estudo buscamos compreender como professores de Educação Física percebem e reagem às políticas educacionais que lhes são demandadas pelos gestores estaduais do Rio Grande do Sul, nos últimos dez anos. Isto ocorre em uma conjuntura na qual há um movimento de desconstituição e desconstrução do se= tor público, supressão dos direitos trabalhistas em conjunto com a precarização= das condições estruturais e materiais da escola, além da desvalorização que imp= acta os professores no âmbito profissional e pessoal. Neste tocante, Molina Neto= et al. (2017) nos convidam a refle= tir sobre o cenário apresentado e as políticas educacionais, em um contexto ond= e os professores e pesquisadores possuem o desafio de pensar e analisar as polít= icas para além de uma agenda educacional. Tal situação se faz necessária por con= ta do viés neoliberal e a lógica de mercado que atravessam as políticas na atualidade. Nesse sentido, podemos pensar que uma homogeneização do conhecimento proposto pelas políticas e o embate com o professorado pode nu= blar as intenções dos gestores.

Esse pensamento nos instiga a analisar os relatos dos professores e as possíveis intenções dos gestores com relação à educação. Nesta pretensão, entendemos = que a educação pode ser compreendida como um cenário de constantes disputas, onde= os grupos constituintes da nossa sociedade tentam se articular para que atravé= s da educação possam influenciar a sociedade. Nesse sentido, pensamos que esta articulação pode formular um problema público que pode gerar uma política educacional. No que diz respeito a isto, Apple (2000) aponta que os ataques neoliberais à educação e as possíveis intenções dos gestores quando formulam reformas, políticas e diretrizes educacionais trazem como pano de fundo a intenção de conectar a educação às necessidades da economia, em um movimento que coloca em xeque o pensamento e a prática do professorado.

Frente a esta situação, podemos perceber que, em que pese o Movimento Renovador da Educação Física e os elementos constituintes da cultura corporal de movimen= to, por vezes os saberes do professorado são sustentados pelas suas marcas. Ess= es conhecimentos são formulados durante a sua infância e adolescência, na escolarização, nas aulas de Educação Física, na educação básica e na sua formação acadêmica. Sublinhamos que esta experiência, por vezes, é ancorada= na historicidade esportivista da Educação Física ou através da expressão jocosa do “quarteto fantástico”, que nada mais é do que a prática massificada de determinados esportes.

Ao voltarmos nossas lentes ao momento pelo qual os professores perpassam, este estudo nos possibilitou pensar que os professores manifestam uma indiferenç= a às políticas educacionais, que pode ser entendida pelo modo como o texto polít= ico, neste caso baseado no estilo Readerly (BARTHES, 2019), ou como o discurso das polític= as não implicam e/ou não motivam os professores a acreditar e se sentirem pertencentes a ela.

Ao partilharem do sentimento de desconsideração dos seus conhecimentos, os professores posicionam-se em resistir às políticas educacionais. A materialização desta resistência ocorre pelo fato deste coletivo não ser implicado na faceta da política proposta e sim somente serem partícipes del= a na demanda da sua materialização, ou seja, na fase da política em uso (BOWE; B= ALL; GOLD, 1992), (BALL, 1994) e (MAINARDES, 2006).

Ainda, refletimos que as marcas construídas ao lon= go da história de vida deste coletivo, através do que lhes foi significativo - mesmo que por vezes sejam os esportes massificados e não uma visão ampla da cultura corporal de movimento - os auxiliaram na arquitetura da sua prática pedagógica. Estas marcas são o elemento que reitera a resistência dos professores a modificar a sua prática pedagógica como os gestores almejam. = Este fato ocorre, também, por conta dos conhecimentos interiorizados (TARDIF, 20= 14) da história de vida deste coletivo criando uma resistência tão forte quanto= as formulações dos gestores. Porém, os professores admitem modificar a sua prá= tica pedagógica desde que esta mudança esteja relacionada à experiência de outros sujeitos que estão no cotidiano escolar como professores e estudantes. Assi= m, aprendemos com o trabalho de campo que este coletivo constrói as suas práticas pedagóg= icas voltadas, majoritariamente, aos estudantes e não ao que os gestores prospec= tam.

            As narrativas deste coletivo n= os permitem refletir que as políticas pouco influenciaram e pouquíssimo modifi= caram a sua prática pedagógica. É possível pensarmos à luz dos estudos de Bowe, Ball e Gold (1992), Ball (1994), Mainardes (2006) e Ball, Maguire e Braun (2016), que os professores realizam um proce= sso antropofágico das políticas educacionais, uma vez que eles são indiferentes= e resistem a elas, em um processo em que se entendem como meros executores das políticas que lhes demandam e não contam com as suas marcas. Porém, nesse processo, visualizamos alguns respingos das políticas como algumas práticas= que vão ao encontro dos elementos constituintes da cultura corporal de moviment= o. Desta forma, interpretamos que o elemento que poderia ter possibilitado maior permeabilidade às políticas educacionais na prática dos professores é que e= les se sentissem mais implicados com as propostas e que elas carregassem parte = do que eles prospectam para o componente curricular Educação Física. Assim, a implicação do professorado nas outras fases do ciclo de políticas, como na política proposta e na política de fato (BALL; BOWE; GOLD, 1992), além de um processo de formação permanente, possibilitariam uma melhor acolhida das políticas prospectadas pelos gestores.

Compreendemos que os professores escutados neste estudo se posicionam com forte resistência às políticas educacionais interferirem na sua prática pedagógica, sendo esta arquitetada, sobretudo, = através das marcas que os professores foram construindo ao longo das suas histórias= de vida. Nesse sentido, os argumentos trazidos à baila neste estudo nos permit= em entender que os professores não modificam ou adaptam linearmente a sua prát= ica pedagógica por conta dos endereçamentos das políticas educacionais. Neste estudo, podemos pensar que este coletivo revela que a sua prática pedagógic= a na Educação Física possui pouca permeabilidade em relação às políticas educacionais formuladas pelos gestores estaduais do Rio Grande do Sul, no período de 2007 a 2017.

 

REFERÊNCIAS=

APPLE, M. W. Política cultural e educação. São Paulo. Cortez, 2000.

BALL, S. J. Educational Ref= orm: a critical and post structural approach. Buckingham: Open University Press. 1994.

BALL, S. J.; BOWE, R. Subject departments and the “implementation” of National Curriculum policy: an overview of the issues. Journal of Curric= ulum Studies, London, v. 24, n. 2, p. 97-115, 1992.

BALL, S. J.; MAGUIRE. M.; BRAUN. A. Como as escolas fazem as políticas: atuação em escolas secundár= ias, Ponta Grossa/PR. Editora UEPG, 2016.

BARTHES, R. O prazer do texto.  São Paulo/SP. Editora Perspectiva, 2019.

BOWE, R.; BALL, S.; GOLD, A. Reforming education e changing schools: case studies in policy sociology. = London: Routledge, 1992.

FIGUEIREDO, Z. C. C.<= /span> Formação docente em Educação Físi= ca: experiências sociais e relação com o saber. Revista Movimento, v. 10, n. 1, p. 89-111. Jan/abr 2004.

MACHADO, T. S.; BRACH= T, V. O impacto do Movimento Renovador da Educação Física nas identidades docentes: uma leitura a partir da “teoria do reconhecimento” de Axel Honneth. Revista Movimento, Porto Alegre - RS,= v. 22, n. 3, p. 849-860, jul./set. de 2016.

MAINARDES, J= . A abordagem do ciclo de políticas: Uma contribuição para a análise de polític= as educacionais. Revi= sta Educação e Sociedade. Campinas, v 27, n 47-69. Jan-abr. 2006.

MOLI= NA NETO, V. As crenças do professorado de Educação Física das escolas públicas de Porto Alegre – RS/Brasil. Revista Movimento, Porto Alegre - RS, v. 9, n. 1, p. 145-169, jan./= abr. 2003.

MOLI= NA NETO, V.  Etnografia: uma opção metodológica para alguns problemas de investigação no âmbito da Educação Física. In: MOLINA NETO, V; TRIVIÑOS, A. N. S. (orgs.). A Pesquisa Qualitativa na Educação Fí= sica: alternativas metodológicas. X ed. Porto Alegre: Sulina, 2017. p. 113-145.

MOLI= NA NETO, V,; FONSECA, D. G.; SILVA, L. O.; LOPES, R. A.; WITTIZORECKI, E. S. A Educação Física no Ensino Médio ou para entender a Er= a do Gelo. Revista Motrivivência<= /span>, Florianópolis - SC, v. 29, n. 52, p. 87-105, setembro, 2017.

NEGRINE, A. Instrumen= tos de coleta de informação na pesquisa qualitativa. In: MOLINA, V. N, TRIVIÑOS, A. N. S. A pesquisa qualitativa = na Educação Física: alternativas metodológicas. Porto Alegre, RS: Editora = da UFRGS/Sulina, 2017. p.61-94.

SACRISTÁN, G. Poderes instáveis em educação. Ed= itora Artmed. 1999. Porto Alegre.

SANCHOTE, M. U.; MOLI= NA NETO, V. Rotinas, estratégias e saberes de professores de Educação Física: = um estudo de caso etnográfico. Revista Brasileira de Educação Física e Espo= rte, São Paulo – SP, v. 27, n. 3, julho/setembro, 2013.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissio= nal. 3ª Reimpressão, Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

WOODS, P. La escuela por dentro: La etnografia de la investigación educativa. Espanha: Editora Paidós, 1995= .

 



[1] O nome Mariazinha trata-se d= e um nome fictício escolhido pela colaboradora deste estudo. Este cuidado foi to= mado com a finalidade de atender os preceitos éticos da pesquisa com seres human= os, conforme Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

[2] Ao longo do período em que perpassaram as políticas tematizadas no presente estudo, a Educação Física = teve uma redução ao que se refere ao Ensino Médio de três períodos semanais para dois períodos semanais (Política Lições do Rio Grande). Posteriormente, o t= empo de cada período que era de 50 minutos passou para 40 minutos (Ensino Médio Politécnico).

[3] De acordo com Machado e Brac= ht (2016) O movimento Renovador foi “...um forte e inédito esforço de reordena= ção dos pressupostos orientadores da Educação Física, como, por exemplo, “coloc= ar em xeque”, de maneira mais intensa e sistemática, os paradigmas da aptidão física e esportiva que sustentavam a prática pedagógica nos pátios das esco= las (p. 850)”.

------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/item0008.xml Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/xml ------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/props009.xml Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/xml ------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/themedata.thmx Content-Transfer-Encoding: base64 Content-Type: application/vnd.ms-officetheme UEsDBBQABgAIAAAAIQDp3g+//wAAABwCAAATAAAAW0NvbnRlbnRfVHlwZXNdLnhtbKyRy07DMBBF 90j8g+UtSpyyQAgl6YLHjseifMDImSQWydiyp1X790zSVEKoIBZsLNkz954743K9Hwe1w5icp0qv 8kIrJOsbR12l3zdP2a1WiYEaGDxhpQ+Y9Lq+vCg3h4BJiZpSpXvmcGdMsj2OkHIfkKTS+jgCyzV2 JoD9gA7NdVHcGOuJkTjjyUPX5QO2sB1YPe7l+Zgk4pC0uj82TqxKQwiDs8CS1Oyo+UbJFkIuyrkn 9S6kK4mhzVnCVPkZsOheZTXRNajeIPILjBLDsAyJX89nIBkt5r87nons29ZZbLzdjrKOfDZezE7B /xRg9T/oE9PMf1t/AgAA//8DAFBLAwQUAAYACAAAACEApdan58AAAAA2AQAACwAAAF9yZWxzLy5y ZWxzhI/PasMwDIfvhb2D0X1R0sMYJXYvpZBDL6N9AOEof2giG9sb69tPxwYKuwiEpO/3qT3+rov5 4ZTnIBaaqgbD4kM/y2jhdj2/f4LJhaSnJQhbeHCGo3vbtV+8UNGjPM0xG6VItjCVEg+I2U+8Uq5C ZNHJENJKRds0YiR/p5FxX9cfmJ4Z4DZM0/UWUtc3YK6PqMn/s8MwzJ5PwX+vLOVFBG43lExp5GKh qC/jU72QqGWq1B7Qtbj51v0BAAD//wMAUEsDBBQABgAIAAAAIQBreZYWgwAAAIoAAAAcAAAAdGhl bWUvdGhlbWUvdGhlbWVNYW5hZ2VyLnhtbAzMTQrDIBBA4X2hd5DZN2O7KEVissuuu/YAQ5waQceg 0p/b1+XjgzfO3xTVm0sNWSycBw2KZc0uiLfwfCynG6jaSBzFLGzhxxXm6XgYybSNE99JyHNRfSPV kIWttd0g1rUr1SHvLN1euSRqPYtHV+jT9yniResrJgoCOP0BAAD//wMAUEsDBBQABgAIAAAAIQA7 zipZswYAALUbAAAWAAAAdGhlbWUvdGhlbWUvdGhlbWUxLnhtbOxZTW8bRRi+I/EfRntvbSd2Gkd1 qtixG2jTRrFb1ON4d7w7zezOamac1DfUHpGQEAVxoBI3Dgio1EpcyomfEiiCIvUv8M7M7non3jRJ G0EFzaH1zj7v98e8M3v5yr2YoX0iJOVJx2tcrHuIJD4PaBJ2vFujwYVVD0mFkwAznpCONyPSu7L+ /nuX8ZqKSEwQ0CdyDXe8SKl0rVaTPixjeZGnJIF3Ey5irOBRhLVA4APgG7PaUr2+UosxTTyU4BjY joAGBRzdnEyoT7z1nH2fgYxESb3gMzHUzElG05e+oOqXJ4JyQxDsNTRMzmSPCbSPWccDcQE/GJF7 ykMMSwUvOl7d/Hm19cs1vJYRMXUMbYluYP4yuowg2FsyMkU4LoQ2Bs32pc2CvwEwtYjr9/u9fqPg ZwDY98Fcq0uZZ3Ow2ujmPEsg+3ORd6/eqjddfIn/8oLO7W6322pnulimBmR/Nhfwq/WV5saSgzcg i28t4JvdjV5vxcEbkMWvLOAHl9orTRdvQBGjyd4CWgd0MMi4F5AJZ1uV8FWAr9Yz+BwF2VCkmBYx 4Yl6ZcLF+C4XA0BpNMOKJkjNUjLBPmR0D8djQbGWgtcILr2xS75cWNICkU7qVHW8D1MM1THn9/LZ 9y+fPUGH958e3v/p8MGDw/s/WkYO1RZOwjLVi28/++vRx+jPJ9+8ePhFNV6W8b/98MmvP39eDYQa mqvz/MvHvz99/PyrT//47mEFfEPgcRk+ojGR6AY5QLs8BsOMV1zNyVicjWIUYVqm2EhCiROspVTw 76vIQd+YYZZFx9GjS1wP3hbQQ6qAV6d3HYWHkZgqWiH5WhQ7wG3OWZeLSi9c07JKbh5Nk7BauJiW cbsY71fJ7uHEiW9/mkIHzdPSMbwXEUfNHYYThUOSEIX0O75HSIV1dyh1/LpNfcElnyh0h6IuppUu GdGxk01zoi0aQ1xmVTZDvB3fbN9GXc6qrN4k+y4SqgKzCuVHhDluvIqnCsdVLEc4ZmWHX8cqqlJy OBN+GdeXCiIdEsZRPyBSVtHcFGBvKejXMLStyrBvs1nsIoWie1U8r2POy8hNvteLcJxWYYc0icrY D+QepChGO1xVwbe5WyH6GeKAk2PDfZsSJ9wnd4NbNHRUmieIfjMVFbG8SriTv8MZm2BiWg10dqdX xzR5VeNmFDq3lXB+jRta5fOvH1Xo/ba27A3YvapqZutIoz4Od7Q997gI6NvfnTfxNNkhUBCLW9S7 5vyuOXv/+eZ8XD2ff0ued2Fo0HoWsdO2mb3jV4/eE8rYUM0YuS7N9C1hAwoGsKiJzRGUFOexNIKf upxBioMLBTY0SHD1EVXRMMIpTO4NTzMJZcY6lCjlEo6NZrmSt8bD9K/sobOljyO2fUistnlgl5f1 cn7qKNgYrUJzvs0FLWsGpxW2fCljCra9jrCGVurU0hpGNdMZHWmFydrF5owOLi9Mg8XCmzDZIJiH wMsrcAmgRcOJBzMSaL/bGOVhMVE4zxDJCAcki5G2ezFGDROkPFcWDNF22GTQR8gTvFaS1tZs30Da aYJUFtc8RlwevTeJUp7B8ygBt6PlyJJycbIEHXS8dmup5SEfpx1vAodl+BmnEHWph0nMQrh98pWw aX9iMZsqn0eznRvmFkEDLkGs3xcMdvpAKqTaxDKyqWFeZSnAEi3J6r/UAreelwEV3eh0WiyvQjL8 a1qAH93QksmE+Koc7NKK9p19zFopnyoihlFwgMZsKnYxhF+nKtgTUAl3HqYj6Ae4pdPeNq/c5pwV XfluzODsOmZphLN2q0s0r2QLNw2p0ME8ldQD2yp1N8ad3RRT8udkSjmN/2em6P0EriCWAx0BH+6K BUa6UjoeFyri0IXSiPoDAdOD6R2QLXDTC68hqeDG2vwvyL7+39ac5WHKGk6SapeGSFDYj1QkCNmB tmSy7wRmjWzvsixZxshkVEldmVq1x2SfsJHugSt6b/dQBKluuknWBgzuaP65z1kFjUM95JTrzelk xd5ra+CfnnxsMYNRbh82A03u/0LFYjyY76qW3pDne2/ZEP1iPmY186oAYaWtoJ2V/WuqcMat1nas BYuXWrlyEMVFi2GxGIhSuEhC+h/Y/6jwmf34oTfUEd+F3orgM4ZmBmkDWX3BDh5IN0i7OIbByS7a ZNKsrGuz0Ul7Ld+sz3nSLeQecbbW7DTxPqOzi+HMFefU4nk6O/Ow42u7dqyrIbJHSxSWJvlpxgTG fDcrf9ji47sQ6E34cDBlSppkgi9WAsMMPTR1AMVvJRrS9b8BAAD//wMAUEsDBBQABgAIAAAAIQAN 0ZCftgAAABsBAAAnAAAAdGhlbWUvdGhlbWUvX3JlbHMvdGhlbWVNYW5hZ2VyLnhtbC5yZWxzhI9N CsIwFIT3gncIb2/TuhCRJt2I0K3UA4TkNQ02PyRR7O0NriwILodhvplpu5edyRNjMt4xaKoaCDrp lXGawW247I5AUhZOidk7ZLBggo5vN+0VZ5FLKE0mJFIoLjGYcg4nSpOc0IpU+YCuOKOPVuQio6ZB yLvQSPd1faDxmwF8xSS9YhB71QAZllCa/7P9OBqJZy8fFl3+UUFz2YUFKKLGzOAjm6pMBMpburrE 3wAAAP//AwBQSwECLQAUAAYACAAAACEA6d4Pv/8AAAAcAgAAEwAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAW0Nv bnRlbnRfVHlwZXNdLnhtbFBLAQItABQABgAIAAAAIQCl1qfnwAAAADYBAAALAAAAAAAAAAAAAAAA ADABAABfcmVscy8ucmVsc1BLAQItABQABgAIAAAAIQBreZYWgwAAAIoAAAAcAAAAAAAAAAAAAAAA ABkCAAB0aGVtZS90aGVtZS90aGVtZU1hbmFnZXIueG1sUEsBAi0AFAAGAAgAAAAhADvOKlmzBgAA tRsAABYAAAAAAAAAAAAAAAAA1gIAAHRoZW1lL3RoZW1lL3RoZW1lMS54bWxQSwECLQAUAAYACAAA ACEADdGQn7YAAAAbAQAAJwAAAAAAAAAAAAAAAAC9CQAAdGhlbWUvdGhlbWUvX3JlbHMvdGhlbWVN YW5hZ2VyLnhtbC5yZWxzUEsFBgAAAAAFAAUAXQEAALgKAAAAAA== ------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/colorschememapping.xml Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/xml ------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/header.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"



 



 

11=

 

 

                                 

------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/image001.jpg Content-Transfer-Encoding: base64 Content-Type: image/jpeg /9j/4AAQSkZJRgABAQEA3ADcAAD/2wBDAAIBAQEBAQIBAQECAgICAgQDAgICAgUEBAMEBgUGBgYF BgYGBwkIBgcJBwYGCAsICQoKCgoKBggLDAsKDAkKCgr/2wBDAQICAgICAgUDAwUKBwYHCgoKCgoK CgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgoKCgr/wAARCABPBWkDASIA AhEBAxEB/8QAHwAAAQUBAQEBAQEAAAAAAAAAAAECAwQFBgcICQoL/8QAtRAAAgEDAwIEAwUFBAQA AAF9AQIDAAQRBRIhMUEGE1FhByJxFDKBkaEII0KxwRVS0fAkM2JyggkKFhcYGRolJicoKSo0NTY3 ODk6Q0RFRkdISUpTVFVWV1hZWmNkZWZnaGlqc3R1dnd4eXqDhIWGh4iJipKTlJWWl5iZmqKjpKWm p6ipqrKztLW2t7i5usLDxMXGx8jJytLT1NXW19jZ2uHi4+Tl5ufo6erx8vP09fb3+Pn6/8QAHwEA AwEBAQEBAQEBAQAAAAAAAAECAwQFBgcICQoL/8QAtREAAgECBAQDBAcFBAQAAQJ3AAECAxEEBSEx BhJBUQdhcRMiMoEIFEKRobHBCSMzUvAVYnLRChYkNOEl8RcYGRomJygpKjU2Nzg5OkNERUZHSElK U1RVVldYWVpjZGVmZ2hpanN0dXZ3eHl6goOEhYaHiImKkpOUlZaXmJmaoqOkpaanqKmqsrO0tba3 uLm6wsPExcbHyMnK0tPU1dbX2Nna4uPk5ebn6Onq8vP09fb3+Pn6/9oADAMBAAIRAxEAPwDLrU8I 6dZ6pqs1tfQ+Yi6XfSquSMPHaSuh49GUH8Ky62vAP/IduP8AsC6l/wCkM9fZvY/mOjrVin3RijgY ooopmYUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFdR4+/wCRU8Ef9ivN/wCnW/rl66jx9/yKngj/ALFeb/0639TL df10ZvR/h1PT/wBuicvRRRVGAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUU UAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQ AUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFAB RRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFF FFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUU UAFFFFABRRRQAUUUUAdF4Igil0LxZJJErGPw6rRllztb7faDI9DgkfjXO10ngT/kX/F3/Ytr/wCn Czrm6mO7/rojorfwqfo//SmFFFFUc4UUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUABIHWtrwCw /t2fn/mC6l/6Qz1V0CSxtpbjUL/R4L9be33ra3MkqxsS6Lz5To3G4nhhyB1HFd18I/iD8PbK/wBe tNc+Bmj3Ul94O1a3024t9Tvo2sbk2jlbj55nD4VXXbgZ35yMYMylaLsr/cdWFpRlVi5TUdet/wBE zzXNFIv3aWqOUKKK1vAvgPxj8T/F1j4C+H+gT6prGpTeXY2NsBvlYKWPUgABQWJJAABJIAo21ZUY yqSUYq7eiS3bMmir3ibw1r/gzxFfeEvFWlTWOpabdSW1/Z3C4eGVGKsh9wQao0BKMoycZKzQUV2O kfs7/tA+INLt9c0H4F+Mb6yvIVmtbyz8M3ckU0bDKujrGQykcggkEVr+G/2Ov2rPFuqf2Po37PXi 5ZvJklzfaHNax7UUsf3k6omcA4XOWOAoJIFR7Smt2vvOiOBxlRpRpSd9rRev4Hm9Fd0P2YP2l/8A o3fx1/4SN5/8arn/ABn8N/iJ8OJ7e2+IXgHWtBkulZrWPWtLmtWmUHBKiRV3AZGcdM01OMtEzOeG xFOPNODS7tNGLXUePv8AkVPBH/Yrzf8Ap1v65euo8ff8ip4I/wCxXm/9Ot/RLdf10Y6P8Op6f+3R OXoooqjAKKKKACiiigAooooAKdBBPd3MdpbJuklcJGvqxOAKbToJpba4juoH2yRuGjb0YHINAK19 T6K+K+k/ssfst/EiP4D+K/gbJ44vtES3Txh4ll8U3Vqz3LxI80dnHCURUj3bVMoYsQc461Q8OfCT 9nLw7pvj74/X0mr+MPAPh3WrbSvBunySNYSazd3KPIFuHADxpDGhLFQpc7SNoyK0firrP7Jf7T/j +P49eNfjjfeCtT1i3tn8YeGF8I3F0xu44ljmezljJj2y7NwEhBVmJOego6V8cP2c/F8Hj74G6poe peC/h/4l1e01PwjdWsbX0mh3ltEYRLNFu3SrOjMZFViUJwuRzXFHn9mvivpzb91e34/D0+R9ZU+q /WpfwuS8vZ/Df4ZcvNbp8N/aa81r6c5Rbwr8CP2gPg34s8WfC/4ct4H8W+BrGPVLjSLXWbm+s9Y0 1pkhlcfaCzwywtJEfvlWDnjPK9J+3J+yX4B+F2l2fxE+BHnPpNhb6fY+NNLMskz6Rf3FnFcxSkvl vJnSUYYkqJFZAckKObn8W/AH4CfB/wAWeEPhN8Q7rxv4q8cWMWl3OtR6HNp9npWmiZJpo1E5Ekss rRRA/IFVVPOeG6DxR+1t4BT9rHV/F8UU2ufDvxb4c0vQ/F2mSW5ja6tU062gkdVdcrLDNGZI2AB3 R8MAxNNe29peN7K+jvrtprr3tfr5A/7NlhHTxHIqkuROUeX3XepaS5dNLQU+XSz1942vjB+x/wCF P+Ez+PHg74L/AAs1bUr7wZqWgR+FdN0n7VeTwRXAJuPkUs0oIGSWDbR0xXD2/wCy9rPgz9m688c/ F/4SeINB11viJpOmafJrljdWRkspYLhplWOQKHG5E+bBI6AjNdR8e/2pPhv4t8Q/HjWfAPiy+V/H GqeH5vDM0VtNC08drnz8nAMeM9GxntmuB8K/HHR0/Zt1H4eeLfFN9c6xN8RdJ1W1huvNlAtIILlZ WDnIBDSJ8ucnPAOKUPrHs1fvHvfZX/G9/mGKeT/Wpcij8NW1uXl/iVOXS2/Lbl125baWPXvjb8J/ BHwz+KHiLwf4X/4Jl6/rOj6PqU0Fnrkera+Y7qFCcTbkJTBHOQSPevNdI8CfB/4Lfs8+HPjd8V/h x/wl2rfEC+vx4Z0OTWp7Sz0+ytJFiknmMBWWSRpSVVd4XaCxOeK7b44eJv2eviz8WPEfxD0v9vvX tJstc1Sa6h0lfB2pstsjnPl5EqggdOAB7VxukeOvgh8YvgNoXwK+LPxPm8Lah4B1W/PhPxIvh+a7 tb/T7qQSyQzRwkyxyCVd6tggK20jIzSp83s1e/S/xX2ffztexri/qrxVTk9ntL2etHlvzR35dPg5 uXn62tqafwp8D/spfHX9ov4a6N4N8M6hYWXiJrmLxl4LnvriSLT5oo3MbQXZIkeOQAPtLFkKkEkE AS6V+zf8MPFH7AC/FfRtIul8fW11qOpvPFNK63Wl2dza29whj3bE2fbYpd4XOIjk4zSfDT4l/sof A/4+/DG+8C6hfX1j4VlvJ/F3jq40+aJtVlmjYRrFaZZo4ohhQSAzGRiQMAmD4Q/tJ/DjwP4T+EXh vXrq4ntdH1TxPZeO7KOKRQNL1VLaBiCBiUiMSyBRn5o1zgkU5e1unC9tHr5c2nz0312vqRR/s3kl HEez5nzJuNrJy9ilJf4bzfu+7dS5fdEj/Z5+GujfsBah8X9dsGm8cXGoWeoafMtxMq2mkz3ctnGr JuEbM8lndNnaSFK8iu9+OXwa8DfDH4q614H8F/8ABNHxB4i0nTbgR2euW+q680d2mxW3gxkrjJI4 JHFef/FP9oz4ceKvBnxU8GeHtSvEsL5/DOmeAbW4hc7tN0vzo9x4xEWUiYqcfNM3U5rrPjz4z/Z7 +MXxc1z4k6L+3pr2h2msXSyw6RH4P1Nlth5artBWVQeQTwo61NqvNeV7a/zdVGy07ar7zaP9nqi4 0VTckoK79kr2dVSl+8uvetFu2tnHoZPw/wD2W/hp8av2So/E/gqxax+JOoa9rFx4d0/7XJImq2dk kDy6eis+DMsc5kQhS7+SwPXIxdf8FfBT4S/s6fBX4yeIfhAniK88Ww+Jk8RWdzrl3bLdPa30cNu+ YnHllEJGEChs5bJrD1/4zaD4I+EHgjwn8JvHdxLr3gv4ga1qVnqkdjJb5hf7ILa4AfIG/wAliYyS QOG689V+3B+098Jf2hvhV8L7P4daR/ZOqaP/AG3deKNFitXSG0vL2e3mkaJj8rJJKs8gCk7QwBwe KtRre0Sd+Vt99FZ/Oz0t5nNUqZZHCVJx5FVhTgkrRalJypttLVcy95S7xflIsftAaX+zr4bsvB/h D4e/ss2lvrHj7wLp+qWOoHxhqMjafd3jSIqqjyFZArKCNw5zyKz/AIlXP7If7PvxIuPgdf8AwEuv GzeHbk2HibxZdeJruyubq7U7bg20ETCKJEfcqBw+7aCSc5PH/Hv4waD4o1T4Z654A1OSS68JfD3R 9Ou3e3ZPJv7aSV2UbgNwBZfmHB7Guw+JP/DHn7QPxDuvjlqvxu1TwXLr919v8TeEZvC899PFdt81 wLW4jPlujvuKGTYV3cjHy0Rjypc/NbXZtu/Tz2+X4CqVqVapU9h7LmTja6ppctne10ot81r/AGra LS55z+018H9M+CPxbufCPhrV7jUNDu7C01Tw9f3carLPY3UCTRFwvG9Q+xuBlkJAAIFcDXfftM/G HS/jd8XLrxd4a0e40/Q7WxtNL8PafdyK8tvY2sCQxByoxuYIXI5wXIBIANcDXTT5vZrm3sfP476v 9dqew+Dmdu1r9L627X1tvqFFFFWcoUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQ AUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFAB RRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFF FFABRRRQAUUUUAFGR60V9gf8Etv2a/gJ8VIPEPxM+P8A4Tk1Sx0m8itbFriZxYWshQytJcqmCBtA Cs58n74fDGPOdarGjTc5dD0Mry6tmuMjhqTSbvq9kkru+58j6Xpeqa5ex6boum3F5cSHEdvawtI7 /RVBJrrbf9mz9ou7TzbT4BeNpV67o/Ct4w/SOv3C8J+CfBPgfTV0vwN4S0vR7NVAjt9KsI7eMDth YwBWrjtXkSzeX2YfifolHw5pcv73EO/lG35tn4O638Cfjf4ZtGv/ABJ8G/FenwR8vNfeHbmFF+pZ ABXK7h61++/jbxv4S+HHhW98beOfENrpWk6dD5t5f3koSOJenJ7kkgADJJIABJAr80/2zf8Ago78 CPjDd3Hh34ffss+GddgWbH/CT+LbFluJ1xyYlt2jmiBPRjLkjGUB4HThcdWxErKn87/5ni55wnlu T0uaWLtJ7Rcbt/8AgLbS87WPjSipJ5EurtpIrdIFkkJWGPcVjBP3RuJOB7kn1J616lqv7MR039p7 xB+zh/wnG/8AsO31WX+2f7Mx5/2LT57zHk+b8u/ydn3zt3bvmxtPoSlGO/Zv5Lc+NpYWtX1pq/vK O63ley172fl3PKaK9U+BH7LupfHr4c+J/Ffh3xhFb61o93b2uh+HJLFnbW55Le6uWhjkDfJIIbOZ kUq3mMAuVJBrnfG/wibwZ8I/BHxSfX/tDeMv7Szp5s9n2P7JcCH7+8+Zuzu+6u3pz1qfaU+blvrt +F/yNHgMXHDqs4+7bmvdbKSj335mlbfVO1tTjaK9in/ZPSL9py+/Zkj+IW6/XTPN0XUDpO1b68bT 1u4rVk8790HLeUHBc7tp2nOBxcnwqay+Bcfxo1XXvs7X3iZtI0fSTafNeLFAJbi43lhtWMyQJgK2 WlPK7eWqlOVrPe347BUy/GU+bmj8LknqtHGyl16XXrdWucjRXsXxL/Zv+HPwx8NwT6n8SPF11rFx 4VsdYjgs/h6jaeHurSO5SFrs3+Qo8wK0nlHGCdp6VX+En7Ovgvxv8JIfip41+JGuaWt34zHh2x0/ Q/Bw1SSSY26TCRs3cJC/PtwqscjjOcBe2p8vNfT0f+Rp/ZeOVb2Liua17c0dl3d7L0ep5LRXsngH 9kt/Enx/8cfBvWfGMzW3gC31K51S50HTPtl5qEVnOsTR2lvvXfK5YfKzgIAxJO3B5zSfhb8PPiD+ 0B4c+Efww8caw2l+I9YsdPGqa5oKQXFlJcSrGwaFJ3WTy9w5DruIIGBgk9rT79Lkyy7Fxim0leTi ldXbTs9L9HpfY8+or0j4P/AnRPiL418YeH/E/jy60fT/AAd4fv8AVrzULPRVvJZ47WWOMokLTxDL b88ycYx3yGfEP4KeEtJ+F9v8ZfhR8TJvEuhf2wNK1SPUNDOnXmn3bRNLEHiE0ysjokm11kIyjAgG n7SHNy/o/wA9ifqGK9i6tlZX6q+mj0vd262XmedUV6lF+y5rcn7Lcn7SDeKIVnS/3L4ZNr++fSvN FsdR3h8hPtR8jaUGSGO7jFZ/wr+EngDxV8NfEHxS+JXxI1TQdP0PWNP05I9I8MpqMs8t1HdOCQ91 bhFUWrZ5YksOBij2kLN32dvmH9n4v2kYONnKPMrtJctm73bstE9zz2iu4+NPwctfhjbaB4q8KeNI /EfhnxTYSXOhayLBrSRzFIYp4ZYGZjFJHIMEBmUgqwYg8dV+0X+zj8OvgNquveErT4j+LNW1rQ7/ AOyN9p+H6WenzsHAYi6+3yEDBJH7o7iAOM5C9pT0139en5fMby/FxjNuKtC19Y9U2ra63SbVr3Xq jx2iiitDiCiiigAooooAKKc1vKLUXYxtMhT3zjP9abQBo6dp/h99OW+1nV72BnndEjtdPSUYUKck tKnPzdMdutS/Y/A3/Qx6t/4JYv8A5JqnMf8AiSW//X1N/wCgxVVpGvNGOnKvx/zOy8L2/huLwv4u bSNXvp5f+EdT5LjTkiXH9oWfORM/Ptj8a42uk8Cf8i/4u/7Ftf8A04Wdc3Sj1/rojSu1KnTaVtH/ AOlPuFFGR60ZqjmCiiigAooznpRnHWgAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKALmm/8AHnqH/Xmv/o6O r3gH/kO3H/YF1L/0hnqjpv8Ax56h/wBea/8Ao6Or3gH/AJDtx/2BdS/9IZ6l7M2p/wAWHqvzMWii iqMQrqPgn4k8QeEfi94a8QeFtautPvoNatxDd2cxjkQM4RgGHOCrMp9QSDwa5etv4af8lH8P/wDY btf/AEctTL4WbYeUo4iDXdfmZ2u63rPifW7vxJ4i1W4vtQv7h7i9vLqUvJPK7FmdmPJYkkkmqpGR iiiqMm3J3YKNvFdN8Jp7i28XTS207xt/wj+rrujYg4OnXAI49RXM10fws/5Gqb/sA6t/6b7ipn8L N8L/AL1T/wAS/M5yk287qWiqOcCcDNdR4kMPiDwx4Vi0y/s2fT9Blt7yOS8jjaKQ6heShSHYH7ki NkcfN65A5eihmkKnKpLurfin+hoS+F9Wgfy55bFWKqwH9qW/3WUMD9/uCK2fHnwrvPAPhfw14ouv GXh/Uh4lsZbmOx0fVBcT2Ajk2bLlVGI2JzgAnOD6GsLXf+P6P/rztv8A0QlU6n3nZlSdGPNHlu+j vtr6a6aBRRRVGIUUUUAFFFFABRRUlnbSX17DYw43zSrGufUnFALXRH0h+xz/AME/G+O/gy6+O3xs 8cp4N+Hen7zJqkjIs17sba/ltJ8kaKcqZGDfONoVuSvePpf/AARVttYXwh/bfjSZP9W3iRTd+SD/ AHsbA3HtDj2I5rov+CvmtP8ACT4Z/DL9lLwXcyW+h2Ok+fdRr8v2oW6pBBv24B581yOcsQeoBr4N FcNKNTFR9pKbSeyWmnn3PsMwrYPh+v8AUqWHhUlFLnlNOV5NJtJXSSV7d/1+ov2sv+CeNj8L/hnH +0d+zh8Q18afD24CvJNlWurGNmIDsyALKgbCs2EZGOCmAxGH/wAE2v2XPhn+1j8Xta8EfFKbU47L T/Db31udLulhfzRcQx8lkbIxI3GOuK9e/wCCNPj6TxbqHjz9ljxbA994f1rw7JqK2szboovmS2uE Cn/nqk8ef+uXvTf+CO/hi58EfthfEDwXeybptH8OXllM23buaLULdCcduVrOpWrU6NSDesbNPyZ2 YXLstxeYYLFUqaVOs5KUHqlKO9r9Hul0Pn39tr9lHXP2SPjTdeCnW5uNBvgbrwzqkyj/AEi2J5Ri OPMjPyN0z8rYAdaq/sSfBfwf+0L+0/4Y+D/j2S8TSdX+2/am0+YRzDyrKeZdrFWA+eNc8HjNfX3g LXtB/wCCnX7M3iD9nrxxqNvH8TPAtxNN4f1O6cBrlFYpFMSFzsYYgmxu52SHLFQPnn/gmdoOt+FP +CiHhHwt4l0uax1DTrnV7e+s7iMrJDKmm3isjA9CCCK0jWqPDTUtJxT/AC0Zx1spwtPO8LVoLmw9 acbJ9PeSlB+m3p31OT8QfAbwRpn7d8f7N9vLff8ACPN8SbXQi7XCm4+yyXiQsd+3G/axwduM9qb+ 3Z8CvBP7OH7SmsfCf4ey3z6XY2tnJC2o3Akl3SW6SNlgqjqxxx0ruPGH/KW2H/st1j/6coqi/wCC tP8AyfD4l/7B+m/+kcVVTqTdaCb3jf56HPjMJhoZbipxgk41+VPtG0tF5aI+bK+mP2Mv2R/hX8ev 2evip8T/ABzcasupeDdLluNHWxvFjjLraTSjzFKMWG6NehHGa+Z6+6P+CY//ACZp+0B/2AZ//Tdd VeLnKFG8XbVfmjm4aw9DFZoqdaKkuWbs/KLa+5ni/wDwTf8A2Y/hx+1b8cNU+HfxPm1KPT7LwpPq MLaXdLDJ5yXNtEMllb5dsz8Y645rG/bn/ZL1b9kb4zzeErf7RceG9UVrrwzqU/LSwZ+aJ2ACmWMk K2OoKNgbwK9d/wCCJH/J1fiD/snt3/6XWNeseA/Efhv/AIKS/Arxh+y18RdQgi+IPgnULibwvq1y w8yaJJWSGXOdzADEE3B+V435YgjmqYipSxbb+BJX8r9T2cDlOBzDh2nBJLESlNwf8zjb3G/NPTzR 8Z/sX/Bzwl8fv2mvC/wk8dSXi6TrEtyt21hMI5f3drNKu1irAfMi9jxmtz4ifs8+AvC/7fEf7Nmm zagfDreOtO0hnluFNz9nnlgVzv2gbsSNg7cDjit7/gnP4Y17wV/wUM8JeD/FOmSWWpaXqmp2moWk uN0M0dldK6HHHBBHHB7Vu/Gf/lLxB/2VjRf/AEfa1tOpL6y0npyX/Hc87DYOj/YlOpOC5/rCi21r blXuvyv0PX/jH+xx/wAEp/2f/Fy+BPi98YPFuj6s9ml0to0k02YXLBW3Q2bryUbjOeOlcn/wqf8A 4Iq/9HE+LP8Avzef/IFd5/wUn/YR/aR/aR/aGt/iF8J/Cdne6XH4btrNprjVoIG81JJmYbXYHGHX npzXz8f+CSf7bwGf+Feab/4UVr/8XXLRlTnTTnWafXVf5H0GZUcdh8dUpYfK4SgnZP2cndd7p2fy PHP2htK+DGifGXWdL/Z78Q3Wq+D4mh/sfUL5XEsoMEZk3b4424lMg5UcAdep42tLxn4S1zwB4w1b wJ4mtlh1LRNTuLDUIUkDqk8MjRyKGHDAMpGRwaza9SPwrW/mfn2Ik5YicnFRu3otEtdkuiWwUUUV RiFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQ AUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFAB RRRQAUUUUAFFIWwcUm/0FFgHUU3f7UbxRYB1FN384xTgc9qACikLYoDA8UALRSF8HFIHz2osA6ik Ztvajd8ucUALRRu4zTd4zjFADqKQtg4xSB80WAdRSBs9qN3OKAFooooAK+8/+CGnxAtrbxb49+Fd zuMt9p9rqlr/AHQsDtFLn3Pnxf8AfJr4Mr079jr46t+zj+0b4Z+KdxLINPtbz7PrUcbH57OZTHLk D7+0N5gXu0a9wDXPiqftsPKC/rqe1w9jo5bnNGvL4U7P0as38k7n7QN4BstOLT+DtTuNEdtzeTZ4 a1ZmYuSYHBjBZ2LMyBHYk5bnNNbUviDoyzNqHh6z1eGG3DRyaTceRcTyd0EE58tBjkMZ+e4GMncs r2z1Kzh1HTrqO4t7iNZIJ4ZAySIwyrKRwQQcgjqKxfiLMz+Hf7Ehmljl1e6hsFa3k2yhJXAlZD2Z YfNcHtsz2r5W/Rn9AyjGMbx09P6sfnl/wUsu/wBsH9pfxPZQ+DfgV4wk+HenxpcaIunaebtdQkZO byQWrSDGCVjyThDnguwr5Muv2fvj7YxST3nwP8YQxxKWleTwzdKEA6kkx8AV+6mrapp/h7SpNRvS VhhVQFjjLMxJCqiqOWZmIVVHJJAHWvN/jr8QtI+EPwm1v48fGCONrXRbLz9N8ONNmH7RkiCN9oIl neRo13HckZClB8rSP6mHzCVOCpxgv8z4TOODsPjMRUxdfEyvu20rJL8klsv+Cz8Sb+y1LSL2Sx1K xmtbiFsSQXERR0brgg8j8a+gvEP7TPwG1Hxtr37R9joHiZfiD4g8O3dnJorwwDSbS/u7NrO4u1n8 0yvH5ckrrCYxh3AL4XNeFeJ/E2teOfGGoeM/El39o1DWNSlvL6Zv+Wk0shd2/Esa/Xn9p/Xv2OP2 Rvh/pvxA+JP7N+jX1nqGqJp8Meh+D9OklErRSSbmEpjG3ETcgk5I46keliqypygnFtu60fpdfM+L 4fwEsVSxFSFWMIU3F3lG9n7yjJWejWvda+SPyr8JfFv/AIQ/4Oah4N0We+tdefxzo+vaXqVqQq2/ 2O3v0zu3blkD3MTLgEfKxJBAB7L9qr9pfwX+0H4P8DWnhzwZNouqaLDqE3iWFI0W0mvruZJZZbcK xIR3V5CpA2mTAyBmvYv2uf22/wBh74xfATWvh58Gv2eLvQfEV9JatY6rJ4R0y1WEJcxyP+9gmaRc orLwDnODwTX0xpFx+yv+zx+wn4B+OPxW+AejatCfBuhC+ksPCtjPdzzT2sI8wmbYGJY5Zi2TnPJr KpX5eWcqb5m7JX8jtwuVyxEa2EpYyDpRppylyuySk3bumrXb6p2Pzn+OXx7h8bftLS/Hv4bpeWLQ 3Wm3Wl/bEVZoprW3gQMQjMP9ZDkYPTHQ8Cx+1j8e/C/xy8Z2M3w78L3Gh+G9LtZjp+k3Lhmjubq4 ku7x+CRgzzOq4x+7jjGARivp/wCMP/BQT/gnp40+Efinwf4L/ZevNP1jVvDl9Z6Tft4J0mIW11Lb ukUpeOcsm12VtygsMZAJxXqP7BHg74D6D/wTrsfjP8Svg/oWtf2LputalqVxN4ftbi7nhtrm5cqr Sgbm2JtUMwHQZAolXVGnGcqbVtEr+Q6eVyzLGVsNRxkJKadSbUXZWkrrurt307LsfJPxS/ai8C/E T4ewaHp/x0+L2k+T4HsdJbwjarH/AGLNcW9jHAQwF8P3Mkke5j5ROGJ2k8HH/Z8/bP1X9nj4U6b4 Q8Jtqi30fxCOsaxbxTeXaalpjWa28lrIVcMWJBIyuFO1gdyjH09L/wAFKP8Agmg8LKv7JF9llIH/ ABQWjf8AyRT/APglNpfwL/aG/Z88SfCDx58MPD13q+h3EsLahPotu109jeByjiUrv3o/mqGz8o8v B6CpdRU8O3Om7JrsbUcJPFZtTjhcbB1JRlZpS0as7at2vq9NNHpqfGPg/wAU/Bbw78btW8UWHi/4 gaHoqyTzeFda0PyV1axkZwYzMpmAkAQujFJVLEhs9Vrr/Gv7VHgzxL+1n4C+OC6drV3p/g+TRV1T VNQhgGqa59jmDyXUyo2zzmHyAF2+WNMueccLH+zt41f9pcfsw+VJ/bH/AAlf9iGYWr4/12z7Rt6+ Xs/e56bPmzjmvsL/AIK0WvwR+CHwp8Jfs9fDD4b+HbPWtS8ua6vLXSYFvY7G3ASPdIqB8yy/xZy3 kuDnNb1JU/bQju5L7l3PJwdDHPLcRWbVONKabVt530itbaO3nZ72Pln4GfGX4ceD/H3jzUfiHFrU ej+MvC+p6THJo9nFNc25uZo3VykksanAQ5+brj61V+JXxV+FFj8J0+BvwK0PXF0u61qHVtf17xI0 SXeo3EUUkUMSwwlkhhjEspA3uzM+SRgCv0q+Fv8AwT0+FOm/scW/wR8YeA9F/wCEm1Dw3Iupa++n xSXVtqEyly6T7d2IpGCrg4KxgYOTn8k/EXh3WfCPiDUPCXiKya21DS76a0vrdiCYpo3KOhxxwwI/ Clhq1HEVJOPS3Xfsys6y/MskwlKNWz9onqlrFuzlG/z3Vm9Vtc9rg/ak+H0PxwjuTomsf8K3XwGf BjaXFFDHff2W1qVeTG8x+cbsm65Yjd3rmPg/4++Ctr8JPFHwo+L954otYdY8QaXqVneeHNMt7lv9 FivI2RxNPGF3C6BBG77pr68/4LB/C34aeBfgL4K1LwT8O9C0e4uPEIS4uNK0iG3eRfsrnazRqCRn Bwe9fnkylqvDyp4ijzRTX/Ae5jnUcXlGZOhVlGbV3tZWmkmrXvZLZX06HoPx1+MHhnx5pfhv4dfD fw5e6X4S8G2tzBosWq3SzXly88xlmuZ2QBFdzt/doNqBQAW6n0r9rL9p7wL8eG8Sav4c+N/xclj1 fUFurDwXrqRjR4B5qnZhb1woRdxXEX3gvQEkfev7QviT9jn9kr4VaD8QPib+zjo+oW2p3ENjGui+ D9Pll81oGk3N5pjG3Ebc5JyRx3r5U/aj/bo/YS+K/wABvEXw9+E/7OF5oviHUoIU03VJPB+l2ywM s8bsfMhnaRcorD5Qc5x0Jrmo1/bOLjTdk97rq9T2cwytZdCtTr4yHNKKbjZp+7FqKVmktHZJ3W2h 8V0Ui9OKWvTPgAooooAKK1NB0HSNYhkk1HxzpelMr7Vi1CG7ZnGOo8iCQY+pB9q0D4I8MDn/AIXF 4b/8BdT/APkOlzWNY0ZSV1b71/mYrf8AIFX/AK+m/wDQRVWug8S+GrPQvDNnfaf4u03Vori/mj3a fHcr5TIkZIbz4Y+ocYxnoc44zz9NO+oqkZQlZ9l59PIka4ZrSO0xxHI759dwUf8AstR0UUGZ0ngT /kX/ABd/2La/+nCzrm66TwHj/hHvGGf+hbTH/gws65upju/66I6K38Kn6P8A9KZ6RpGpfswRfs4S 2WueC/E1x8Rf+EgzHqdrqCRWYsto+T5i/PX/AJZk5x84HFcat74D2/8AItav/wCDuL/5GqmP+QKf +vr/ANlqrRy76v7yqmIlJRXLFWSWkVr5vTV92a/23wH/ANC3q/8A4O4v/kag3vgP/oW9X/8AB3F/ 8jVkUUcpl7aXZfcv8jtPFS/B+z8PeHLjRfA/iCC5vNKefUJZvFEMiyyC5miG1fsa7BiLOMt972yc F7zwIy4Xw5q2e2dai/8AkapvFhz4f8L/APYCk/8AS+7rDoUf6ua1q0ubZbL7K7LyAcDFFFFUcoUU UUAFFFFABRRRQAUUUUAOSeeJJI4nwsqbJOOq5DfzArY8Ak/25cY/6Amp/wDpDPUX/CZaz/zw03/w S2v/AMbrr/gx8Z/HvgvXtWfw3cabbtqXhTVrG8/4kdo3mQNZyMycxdyi/ljoTUy5uV6f19x2YeOH deClJ7rov/kjztelFag8Zazjm303/wAEtr/8bpf+Ey1n/nhpv/gltf8A43T94w5aP8z+5f5mVW18 NTj4j+H/APsN2n/o5ai/4TLWf+eGm/8Agltf/jdPtfHfiGyuY72z+wRTQyB4ZY9HtlZGByGBEfBB pe9Yum6EKild6Psv8zHpNwzitb/hMtZ/54ab/wCCW1/+N10Phy58M+M/BWqaF4q8WeH9C1BdWsZ9 PvL3RZV3wrFdLMgeztZGGWeAlWwDtB6rRzNatBClTqS5Yy113slor736/mcTXSfChxH4ukkaJZFX QtWJRs4b/iX3HBwQfyNW/wDhWvgz/o4Lwh/4Baz/APK+uv8Agl8JfAOo+MbqO9/aQ8IwKnhvV3Ur Y6pliNPn4HmWca9CSfmzgHaGOFMznHke/wBzOjCYWr9ap2cfiX2o9/U8u/tSx/6Fuy/7+T//AByj +1LH/oW7L/v5P/8AHKpCitLHDzP+ki7/AGpY/wDQt2X/AH8n/wDjlB1Sx/6Fuy/7+T//AByqVFFg 5n/SRoXGvW93IJZ/DVjuWNEG2SfoqhR/y19AKZ/alj/0Ldl/38n/APjlUqKLD9pJ6/oi7/alj/0L dl/38n/+OUHVLH/oW7L/AL+T/wDxyqVFFhcz/pI6qbxn4Al+EcvgsfCe3j8SPr63kfiuLVJspZiH YbTyGJU5f59+c9sd65WiiklYqpUlUte2itokvySu/N6hRRRTMwp9rcS2d3Fe25xJDIrpkfxA5FMo oDbVH3t/wVT0F/2hvgX8Of2yfhzB9s0f+yzDrC2zCX7EsxRkDlemyYSwv/dfaDg18EbhXvv7IH7f 3xD/AGW9Pu/AGq+HrbxZ4J1Iv9u8M6lJhU3jEhiYqwUMM7kZWRsnIBJNemyftJf8EkLrxB/wmlx+ xr4oTUDIJms4ZFFj5np5IvhFt/2fLC/7NcNP2uFj7Nxcktmrbedz67HrL8/rLGLERpVJJc8Z8y1S s3FpNNO22h0P/BILwAnwx0Tx5+2P8Qmm0/QdL8PyWFjcTALHcxhhPcuO52GCFBjhmkYDJXAp/wDB GzxJfeMf2ufHfi7VAv2rVPDN3eXAXoJJL+3dse2WNeU/ta/8FD/G37RfhS3+D3gfwfZ+CfANn5aw +HtLYZuFjP7pZWVVURrgFYkUKCATuKqVo/8ABPb9rDwZ+yB8VtY8e+NfDeqana6j4fbT4odK8ves hnhk3HzGUbcRkdc5IqKlGtUo1JyXvStZdkjqwuaZbhcwwWHpT/dUXJym01zSlu7b2Wy6/mcH8Ovj T40/Z7/aAX4s+ArlUvtL1iZmhkJ8u6hLsJIJAOqOuVPcdRggEfpF4P8AhD4D+O37TXws/wCChvwJ 2/2fqkF7D4vtflV4pDptzDHK4HSVJMQSDJyfLI43Mfyp1u/TVNavNTiRlS4upJVVuoDMTg/nX0R/ wT6/b8u/2PdQ1bw74x0nUNY8J6svn/2fYsvm2t6MASxh2VQGT5XHU7Yzn5cG8Xh51KfNT+K1vVPp +py8O5vhcLivq+Mf7lzU0/5Zxd1JeTtZ+RN4w/5S2w/9lusf/TlFUP8AwVpP/GcPiQf9Q/Tf/SOK uF1z9oLw5qv7bKftOQ6LfLpC/EK38Qf2ewT7T5Ed2kxj+9t3lVI64z3r6f8AHn/BRX/gnj8UvE03 jP4i/sganrGrXCIk9/fafZvI6ooVQT53ZQB+FS1VpVISUW7RtpbyNY1Mvx2DxVCVeNPmrc6cr2a9 7sn3PggkDqa+6P8AgmP/AMmaftAf9gGf/wBN11XM/E/9rj/gnF4l+G3iDw54G/Y0m0vWtQ0O7ttH 1NtNtF+yXTwssU2VlJGxyrZAJ44FcL+yJ+2N4I/Z6+A3xM+FPifwvq19eeN9NkttPuLEReVAzWs0 IMm9wcbpAeAeAaut7TEUGlBp3W9u6MMrjgcnzaM3iIzi4zu1eybi0k7rqzvP+CJH/J1fiD/snt3/ AOl1jXgOi/GDxj8BP2mbr4seA7zytR0jxNdSqjE+XPGZnDwuBjKOpKkdcHjBwa67/gn5+1R4Q/ZD +Mmp/Enxr4d1PUrW+8MTaZHb6UIzIsj3FtKGPmMo24hYdc5IrxvxfrEHiPxZqmv20Txx32oz3EaS feVXkLAHHfBq4028TNyWjSRx1cdThkmFhSnapCc5abq/LZ/gfqd4U+Fvgb9pT4+/Cn/god8EFVYr hbi38Z2JZRJG32GeFXfkZlikKwPgHcpjYfKpJ+SPjP8A8peIP+ysaL/6Ptaw/wDgn9+3le/sc6/q mkeJ9HvtX8J6ynm3GnWMiCW3u1ACzxhyFOVGxhkZG05OwA8t48/aP8MeLP24I/2obLQtQj0hPGlh rP8AZ8oT7SYYJIWZOGK7iIzj5scjJrnp4etTrST1jytJ/O9vke5mGcZbjssozi1Gq6qnUj5qNnJe Tsn6tnu3/BXP4x/F3wH+1TbaJ4H+KniTRbNvCVnK1npOuXFvEXMs4L7I3AyQBzjPAr5d/wCGl/2j /wDo4Dxt/wCFVef/AByvsj4jf8FJP+Cfvxe8QL4q+J37JWra5qS26263moWFnJIIlJKpkzdAWb86 5/8A4bT/AOCXP/RjNx/4KbL/AOPUUZTp0oxdJtr0JzSnhcdmFSvTzGMYyd0rz0+5WPifU9V1LWtT uNX1m/nu7y7nea6urqUySTSMSzO7MSWYkkkk5JOTUNel/tX/ABI+B/xT+Kcfif8AZ++F7eEdBXSY YJNLe3jjLXCs5eTEbMvIZR1z8teaV6EZc0U7W8j4zE040sRKEZqaT+JXs/PXUKKKKowCiiigAooo oAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiig AooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKAL vhv/AJGLT+P+X2L/ANDFfc3jvVIoP2w/j/oHgTxlofh/4m6pJpUfgHVddeOIbRGhvIIJpVKQzyoY 1QnBPIBHLD4W0O4htNas7q4fbHHdRvI2OihgSa9+/aPi+BX7Sf7TPxC+Ith+0joug2d1qlo+gyat ouoNDqMP2YLK+6GB2iKMigKyfNuPTbzy1o801faz6X6x/r0ufQZTiPYYWXLZy546OSi7clRNptqz V9H0lbd2RW1fxR8WNL/ap8EWH/BQ2PV7mw0XUoXvYdct1kDWTS5Mm5ARcQ7hliC+5VZRnpXQ/tha p+25ZeHNYu/Ffj0eJPhbr18P7P1Xw3Jb3GjND5wkgRPKB+ykFUG07WyMZbJJ5/4w+LPg3448OfCf 9nNvj1Lfaf4Pt9RXWfHs2i3T2tv9qMbx28ELATvFF5IQEqv38gADAteBfFHwj/Zn+DvxH0az+POl +PL3xx4bOi2HhnRNNv47WKR3DDUJ3uoYlEkADeWFDNufsMmo/lly69rab7rs+v5ndzx/fUXWfI9X P2kea/Irxkr/ALyKfuqyV3e3VHrn7Qnw+0j9oH4G/D34Q6TZRt488OfA/QPE3hJY4/3urWRtTHe6 eAq5eRRAs8Y5LFnUADJPlPxB8KWXjv8AZm/Zk8Hal4u07QLfUm8TW8+s6vL5dtZq2scySN2Ue+B6 kDkZfx7/AGjLGy8ffBn4lfBDxgJNW8D/AAp0DT7qeOGRRbahbCbzrdg6jeuGCtjKsrEZIJrqv2o/ ib+y/wDH9PhB4a8I+OP+EX0RbnVbrxXCulzS/wDCNPfXMVzLEqBFEqLKZtnl5AXHTpUQjUhyLW12 /TR/nuvmb4rEYLFe3kpR5+WELXSU1z02ne61STjJ9Ek+jZ8430EHw++Is1ta3Wk+IIdD1pljmCma x1JYZuGxwXhkC+2Vbtmvoj4dfFrW/wBoz4F/Fhfj7ofh+TQPC/hMXnhnUbDw7aWL6PqzTolnawNb xodkuXUoxbKx/UnwG08J+B7r4tHwavxKhg8NnXHtU8WXGnShPsYlKi7MCgyDKAN5fXJwSOte9ftH t8FNR+GkHwq+BP7SnhCz8E+G4ZL600IWWqjUfEOo+X811dObJY2nfHloCwSNcKCBk10VuWTira6a 2en+Tf8Aw55OW+0oxrVOZKCuuTmj7zaaWjesY7316Jau6o/sOeL7e88C/Fb4bzeBfDzKnwh8Sak+ tyaYJNQeRbZVSPznJ2RrksFQLljli2BjyL4SftAfFr4FtqC/C3xHDp/9reT9u87SLW68zy9+zH2i J9uPMf7uM55zgY6n9kf4jeC/hxdfEaTxpra2K638Jde0jS90Lv597cRKsMPyKcFiDycKO5FZf7Kt 18KtD+M9h44+M2rRQ6L4bhl1YWDxyM+qXUC77ezTYjAF5dmS+1NivlgSATljGU243WmnciNapUp4 SMKvJJOS5r25U2tW1ZpWv667nvnxysPH3x/+Ifwf/Yt8Y63a3HiuTy7/AMc6tbaTBBJZT3Y877Ps jjjXNtZgMQM7nc5ORgZ/xz8GfFH/AIQ7xZ4M/Z58G+AdH8IaDayf254Z0e60++8TfYYmGbzUXO+f fkBnWNx5W7ayjaTXkPwZ/ah8ReAP2utN/al8WpLqF3/wkE19rKQgM8kNwHjnWMMQMiKVwgJAGFGQ BXffDXWP2fP2YPG/iT41eEvj/Y+MC+iahZ+FPDtnot9DdXEl3G0SG98+FIkjjVyzhXcsVG0Vi6c6 VklsrpW0u3r6dLdj1qeMwuOjOcp25pOLk5pSVNRSi9dZN+9zJfE9Hq1b5xawvltvtBs5vLxnzPLO 3Hrmv0E0T4a+LZfiNpfiHwr4G8MXX7NEnhdNQnt59CtZpG09LT9+0kax/bXvPP3sJBkhsENtBA+K Z/2iPjtdeCI/hpf/ABe8SXHhtLWO1/sGTWpzaG3TG2Hy923YAoAAHGBivozXPi38DPE/7WOh/tl6 T+0zHoOmaethdP4LXSdQ/tSyjt4ESTS4PLj+ztHJsZN3mom2dtw65rExqSsrd+77W9H2fQ58jqYO jzNS+1Tvdxhp73Nq21KG3NHRyutVYx/2VD4s0z9nfxFcfs6+OPCuneO9e+IUFtZaX4g1bS47uXS7 e0lbEUV+cMWluUXKryY254rO+GWk+LtV+OfxI+KX7WfhQX3iP4c+CbjVG0LVNJghguL9DDb2izwx IqPCDMsnyjDhVOWBOeCbwT8HvjJ4l1P4man8fPC/gWPWfEF5dzeGbzR9Sll023kuGdEj+z2zxy4R uFDr0AJHb0h/2rvg94n/AGiPElp4ik1Y+BfFHw7i8ETeI9QhMl/GkUMKxarLGpzI4mhWRlyWKHoW G0zKMryst99NVtpfrp2NaNaj7OjGpNJQaUVzpwd1JqTh9lqTTbl3s1ozEuPG99+05+yn8QvFvxS0 zTJ/E3w/vdJvdH8QWOkW1nM9nd3P2WWzk8iNFeJWZHTIypJAOOKfb+M4fGf/AAT28SWJ8EeH9LXw /wCLtCtLebSdMWOa5Zre68yeeUlnlkcqpOW2jACqo4rF1jX/AITfBD9nDxV8KPBXxRsfGniHx9qd iuoXej2N3Daabp1nJ56DdcwxM80sxGVClVWPlgcA4vhD4g+ENN/Y88ZfDS+1pY9c1TxlpN7Y2HlO TLBDFcrI+4LtG0uvBIJzwDV8vu3S05lb00vp95zSxPLUtUmnJ0ZqbuneXvuKctbvl5dn0S3R5XRR RXWfMhSMCRxS0UAfpJ/wSP8A224PFvh23/ZZ+J2r41fS4SPCN5cSEm9tVBJtSSfvxAfIO8YwAPL+ b7O8VRxSa54bd2wya1I0fPU/YbofyJr8FNL1TU9C1O31vRNRns72zuEns7u1mMckMqMGV0YYKsCA QRyCK/Qv9nL/AIKweHfGPgSx0f4+3yad4u8N3C3NrqRTba61H5bQvuxxFMI5ZH24COyDaQWC14uO wMuf2lJb7o/VOFeLKMsMsFjZWlG3LJ7NLo33XTvtvv8AalgIfFfiibxNePG2n6LPLb6WrY2m4UFL i45HDKd8K9MATdQ4x+Yv/BUT9tq2/aP8ex/Cz4baoJvBvhm6YrdQyZTVb3BVpx6xoCyJ1ByzZIZc dH+3T/wUnbxh4Tb9m/8AZz8QXk3h2OzW08QeLrjIutb+UB1QnDLG5z5jkBpSSOEJ3/GAAHStcBgn Tftai16Lt5nn8XcUQxVN4HCSvH7cl1f8q8l1fW1lpu63/wBdH/vCv2n/AGx/i1+zn8HvhjpXiH9p n4dw+JNFuNYjt7Gzn0G31AR3RglYSeXOQqnYsg3Dn5sdCa/FdWKOrgdGBr7B/wCChn/BQz4P/tb/ AAd0X4efDzwp4msbzTvEUWoTS61a28cTRrbzxEAxTyHdmVeoAwDz67YyhKtWp6O2t7dNjy+G82o5 XluMblHnahyqSupNc19Ou5R/bg/aV/YV+Lnwct/C/wCzf8DrTw74gTXILiS/h8G2WnsbZY5Q6ebC SxyzIdvQ49hX2db/ABg+FXwM/wCCeXw8+IPxm8Gz69oUPgrw9DNp9vp0F0zSPaQqjeXO6IcHnJOR 2r8fa/Qb4e/8FS/2QLX9nrwl8Evi18FfEniCPQ/DWm2GoW15odhdWk09tbxxl1WW45G5CVJUHGOA ayxWFcacIwTaTu9dT0Mgz6FTFYitiZwpSlBRi+W0bpu10t/M5n9p39v79h74rfAfxJ8PPhl+z7qW k69qlmsem6jN4T0y3WBxKjEmSKdnX5VI+UE819Bf8E9vFHhzwP8A8Ex7Pxp4x0p77SNH0nXr3VLG OBJWuLaK5upJIwjkK5ZFYbWIBzgkCvnX41ft5/sD6z8MNY0P4N/sXabb+Ir6ykt9PvdW8GaXDDaM 6lfO3RO7FkB3KABlgMkCrn7Hv/BS79nX4GfstaX+z/8AFP4ceJtYkgjvotUjtdNtJ7O5huLiVzGR LOpdSkm1lZcHkcisqlCcsLyxg/iTs3d7HoYHNsNRzx1sRiqcr0pRUoxainzJpPu936I6Txr/AMFK /wDgntr3gvVtE0X9mXVre8vNLuILO4bwXpKiOV42VWLLcEjDEHIBIr5q/wCCcPx3X4B/tXeH9Y1G 6WHSddY6LrDsOFhnZdj57BZliYn+6retfQPiP/goT/wTZh0K6fwl+wxZ3OpLA32GHUfBekQwPJj5 Q7o8jKuepCMfavg+8vJb/UJtSkijjkmnaUrbxiNEJOcKq4CgdgMADpXVh6MXTnBxaT7u54Oc5pWp 43D4iOIhUlTd1yRcUtVo+99vS5+zQ/ZE0GL9ueT9rp1j2/8ACJi28ppTuGpf6gz46bfsg8vHqc/T 5D+Dvn/t+/8ABUS8+KFz5tz4T8H3X2yz3YaMWto2y0QZGB5s/wC+K85DSfUWvHH/AAV60TxR+yNP 8LbPwz4gTx/feGI9KvtYuI4Ws2kZViuLgOJRJvaPe6/J8rsOoGTxf7An7dnwB/Y4+E2v6frPgPxJ qnjDXLxppbqytbcWxjjj220BkacNtDNIxYR5HmnhtozyU6GKhSlJq8rcq9O59FjM2yLFY+hSp1FG jzOtUfeXSL877r/I+idc/bkaz/4Kmaf8HY9Zz4Yi0w+GbhPOxH/akpWbzcfxOJVituemXx15+cf+ CwvwIHwy/aSh+J+j2Qj0vxxZ/aW8uMKi30O2Occd2BilJPJaVjXy/qHjPxTqXjOb4iXmszya1cao 2ozagz5ka6MnmGXP97f831r63/bU/wCChnwG/a5/ZvsvAd14C8TWXjKwntL61u2tbcWMV2FCXChh O0hiKPLtymSRGSBg46I4eWGr05QV1az/AM/vPFrZ1h87ynF0sVNRmp+0p3/9JXyVvVnr/wDwWtOP 2ePAmf8AoZB/6SSV+axbHWv0j8V/8FZ/2G/iLodnofxM/Z88SeILez2vDb6x4b026jjkC7d6iW5I BxkZHODXin7Vf7af7F3xE+EN94F/Z9/ZH03Rda1JkjbXNQ8K6davZRBgzNCbdnbzDjb1UAMTz0pY N1qMFTlTe++nUriallWZYueNp4uHwq0bNttLb5n3R+1N8f8A4H/s8fBvw74s+PHw9ufEel3l5BaW lpa6TbXjRzm3dw5W4kRQNqMMgk84xgmvif8AbK/bj/Y2+OHwJ1D4e/Bz4E6hoWu3N5bSW+pXHhjT rVURJVZx5kE7OMqCOBg969Z8Qf8ABWb9iDx74XsPC/xN+APiTxBb2KxtHbax4d026iSZU2b1WW5I BwWGcA4J9a8d/ae/bd/Yq8c/CHU/BX7P37IemaPruqR+R/bWpeEdNtjYxE/PJEYGdjKR8qnK7d27 JIAPPhcPKnJc1N3vvfQ9rPs4w+Ko1FQxdPkcbcvK3J6WaT8+nY+QBjHFFIucdKWvbPykKdCYBPG1 1G7xBwZEjkCsy55AJBwcd8HHoabRQB6R4v8AEn7J91aaOvg74S+NreaLS0TWWn8Z2yiW6ydzLmyk yMY5AjH+wMZOL/bPwH/6Jv4u/wDC2tf/AJW1yNFTyK1tfvZ1TxlScr8sV6Qj/kepXPiz9nP/AIU/ Z6Kfgz4o+2f8JFcTLqQ8dQ+YI/IhBix9g8sqTtP3NwK/ewcVzf8AbPwH/wCib+Lv/C2tf/lbWNc/ 8iRY/wDYVuv/AEVb1lVMYR8/vZpWxVRyWkdl9mPZeR139s/Af/om/i7/AMLa1/8AlbR/bPwH/wCi b+Lv/C2tf/lbXI0VXKvP72Y/WqnaP/gMf8j0jwr8RP2e/Duj69plx8GvFN22taULOOaTx1AptsTx Tb1C6eATmJR8wYYzx3GL/bPwH/6Jv4u/8La1/wDlbXI0UvZx8/vZUsZWlFJqOm3ux9ex2K+IvgWL X7Ifhr4t2+Zvz/wm1rnOMf8AQNpn9s/Af/om/i7/AMLa1/8AlbXI0U+WP9Nk/WqnaP8A4DH/ACOu /tn4D/8ARN/F3/hbWv8A8raP7Z+A/wD0Tfxd/wCFta//ACtrkaKOVef3sPrVTtH/AMBj/kdg2vfA t1VH+HfjBljXagPji1+UZJwP+JbxySfqab/bPwH/AOib+Lv/AAtrX/5W1yNFHJH+mw+tVO0f/AY/ 5HXf2z8B/wDom/i7/wALa1/+VtH9s/Af/om/i7/wtrX/AOVtcjRRyrz+9h9aqdo/+Ax/yOu/tn4D /wDRN/F3/hbWv/yto/tn4D/9E38Xf+Fta/8AytrkaKOVef3sPrVTtH/wGP8Akdd/bPwH/wCib+Lv /C2tf/lbR/bPwH/6Jv4u/wDC2tf/AJW1yNFHKvP72H1qp2j/AOAx/wAjrv7Z+A//AETfxd/4W1r/ APK2j+2fgP8A9E38Xf8AhbWv/wAra5GijlXn97D61U7R/wDAY/5HXf2z8B/+ib+Lv/C2tf8A5W0f 2z8B/wDom/i7/wALa1/+VtcjRRyrz+9h9aqdo/8AgMf8gra8A/8AIduP+wLqX/pDPWLW14B/5Dtx /wBgXUv/AEhnpy+Ezo/xo+q/MxaKKKZmFFFFABRRRQAV0XwsH/FVTH/qA6t/6briudro/hZ/yNU3 /YB1b/033FTL4WdGF/3qH+Jfmc5RRRVHOFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQA UUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABR RRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFF FABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUU AFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFIVB60tFAAAB0ooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiii gAooooAKKKKACiiigAooooAKKKKACiiigDVuf+RIsf8AsK3X/oq3rKrVuf8AkSLH/sK3X/oq3rKp I1rfEvRfkgooopmQUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQAUUUUAFFFFABRRRQB/9k= ------=_NextPart_01D69D98.513BED40 Content-Location: file:///C:/85899A50/10_arquivos/filelist.xml Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/xml; charset="utf-8" ------=_NextPart_01D69D98.513BED40--